- O canal de finanças Jovens de Negócios, em que o Grupo Primo Rico tem 20% de participação desde 2020, lançou uma plataforma de educação financeira para alunos do fundamental II e ensino médio de escolas privadas
- Este é o primeiro grande projeto B2B (de empresa para empresa) da companhia, que já está negociando com 18 grupos educacionais, que somam 312 unidades escolares pelo Brasil
- “Queremos valorizar a participação que os nossos sócios têm na empresa”, afirma Breno Perrucho, fundador da Jovens de Negócios
O canal de finanças Jovens de Negócios, em que o Grupo Primo Rico tem 20% de participação desde 2020, lançou uma plataforma de educação financeira para alunos do fundamental II e ensino médio de escolas privadas. Este é o primeiro grande projeto B2B (de empresa para empresa) da companhia, que já está negociando com 18 grupos educacionais, que somam 312 unidades escolares pelo Brasil. As informações foram passadas com exclusividade ao E-Investidor.
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Fundada em 2018, a empresa passou os últimos cinco anos com foco em oferecer cursos gratuitos e pagos a pessoas físicas. Essa mudança de eixo, para soluções voltadas a pessoas jurídicas, vem para ampliar a escala da Jovens de Negócios e maximizar os retornos aos acionistas.
“Queremos valorizar a participação que os nossos sócios têm na empresa”, afirma Breno Perrucho, fundador da Jovens de Negócios. “Fazer com que eu, o Thiago Nigro (do Primo Rico) e os outros sócios que entraram na Jovens possam participar de um evento de liquidez, colher dividendos. Também queremos fazer captações para conseguir escalar mais rápido, mas, para isso, precisamos de equity.”
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Para Perrucho, a plataforma de educação financeira para escolas privadas não é só uma forma da empresa gerar equity, mas conseguir mais previsibilidade de receita Além disso, a companhia poderá descentralizar as operações, cuja gestão estava concentrada no fundador desde o início. “Não dependerá da minha imagem para entregarmos as soluções”, diz o empresário. Portanto, esse novo programa abriu caminho para mudanças importantes na direção da companhia.
Agora, a Jovens de Negócios passa a ser comandada por Verônica Garofalo, executiva com longa carreira na área de inovação e games, junto com Felipe Grego e Igor Cirilo, dupla responsável pela gestão e cultura do plataforma. Portanto, Perrucho deixa a condução da plataforma.
“Essas pessoas já faziam parte do time que estava na direção comigo, mas também estamos contratando. Fomos atrás de um product owner, de um designer especializado em gamificação e de professores e pedagogos para conseguir desenvolver uma solução realmente adequada a esse mercado”, diz Perrucho.
Influenciador? Não, empresário
O canal de finanças, com 2,3 milhões de inscritos somente no Youtube, entra em uma nova fase com o lançamento da plataforma de educação financeira. O foco deixa de ser a rede social de vídeos, para ser o desenvolvimento das soluções para as escolas privadas. No final, o objetivo é de que as receitas da Jovens de Negócios passem a vir mais do B2B (produtos para empresas), do que B2C (produtos para consumidores).
“O foco do YouTube vai ser nada mais do que justamente promover essa solução”, afirma Perrucho. “Precisamos ter uma solução com código fonte próprio, que tenha muitos diferenciais em relação ao que o mercado tem, para que a gente realmente possa ter uma empresa e não só um negócio que depende de um influenciador.”
A nova plataforma de educação financeira será gamificada. Isto é, os alunos ganharão pontos conforme a progressão nas aulas, que poderão ser convertidos em prêmios reais, como ingressos no cinema, voucher em jogos e pratos gratuitos em restaurantes.
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Na outra ponta, os professores receberão um plano de integração da educação financeira à disciplina lecionada, com uma plataforma também gamificada para estudarem os conteúdos. Perrucho lembra que o ensino de finanças de maneira transversal está dentro da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Porém, os docentes não têm auxílio para aplicar a matéria – a plataforma pretende mudar isso.
“Quando um professor de história for ensinar sobre a década perdida por exemplo, vamos orientá-lo a explicar conceitos de hiperinflação e tripé macroeconômico”, afirma Perrucho. “Já quando o professor de matemática estiver explicando sobre equações de segundo grau, funções exponenciais e etc., ele conseguirá dar exercícios para o aluno que quer investir. Explicar como calcular juros compostos.”
A plataforma de educação financeira também contará com conteúdos voltados ao orçamento familiar, como utilizar cartão de crédito ou ensinar finanças para os filhos pequenos. “O meu grande objetivo é criar um movimento em que as escolas passem a realmente perceber a necessidade de colocar Educação Financeira na sua pauta de maneira permanente”, diz Perrucho.
A Jovens de Negócios faturou R$ 2 milhões em 2021, R$ 4 milhões em 2022 e pretende alcançar a cifra de R$ 8 milhões em 2023.