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CEO da Robinhood inspirou involuntariamente fraude de US$ 1 mi

Testemunho de Vlad Tenev abriu brecha para Suyun Gu e Yong Lee embolsarem mais de US$ 1 milhão, diz SEC

CEO da Robinhood inspirou involuntariamente fraude de US$ 1 mi
Fala do CEO da Robinhood Markets Vlad Tenev (foto) teria inspirado operações de lavagem de dinheiro. Foto: REUTERS/Andrew Kelly
  • A SEC acusou Suyun Gu e Yong Lee de embolsarem indevidamente mais de US$ 1 milhão em descontos nas bolsas de valores de fevereiro a abril
  • Os dois pegaram uma ideia do CEO da Robinhood Markets, Vlad Tenev, que sem querer serviu de inspiração para eles com um comentário realizado durante uma audiência de grande destaque no Congresso americano em fevereiro

(Nick Baker e Matt Robinson, Bloomberg) – Era dinheiro de fácil arbitragem, impulsionado pela febre de ações meme deste ano. Algumas corretoras estavam basicamente oferecendo dinheiro de graça, enquanto outras não estavam conseguindo nada de retorno dos fundos para a segunda parte da transação.

E os traders que fizeram isso pegaram a brilhante do CEO da Robinhood Markets, Vlad Tenev, que, sem querer serviu de inspiração para eles com um comentário realizado durante uma audiência de grande destaque no Congresso americano em fevereiro.

O problema – e a razão de a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC, na sigla em inglês) bater o martelo a respeito da violação na segunda-feira – foi o esquema envolvendo operações ilegais de lavagem de dinheiro ou terem negociado consigo mesmo.

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A SEC acusou Suyun Gu e Yong Lee de embolsarem indevidamente mais de US$ 1 milhão em descontos nas bolsas de valores de fevereiro a abril, depois de realizarem milhares de negociações de opções por ações em alta demanda como as da GameStop, AMC Entertainment Holdings, BlackBerry e Nokia.

O mercado de ações dos EUA, incluindo o negócio de contrato de opções relacionado, é construído sobre um sistema conhecido como maker-taker. Os traders que adicionam ordens que estão no livro de ofertas públicas de uma bolsa, muitas vezes, pagaram um desconto de “maker” – um incentivo criado para atrair mais liquidez. Aqueles que fazem ofertas contrárias a essas ordens pendentes pagam uma taxa de “taker”.

Gu, que vive em Miami, e Lee, residente de Torrance, Califórnia, efetuaram a primeira parte de suas negociações por meio de uma corretora com sede em Greenwich, Connecticut e outra em Morristown, Nova Jersey, que repassa os descontos de maker para seus clientes, de acordo com a denúncia da SEC. Eles tinham como objetivo as opções de venda sem valor para suas ordens pendentes, investimentos que outros provavelmente não negociariam porque os ativos ofereciam poucas chances de ganhar dinheiro – exceto se algo nefasto acontecesse.

Gu, 35 anos, e Lee, 37 anos, então realizaram ordens contrárias às suas próprias ordens por meio de contas que abriram em corretoras, entre elas a Robinhood, que não repassam as taxas de taker aos clientes. Em resumo, os lucros dos dois vinha da coleta de descontos maker sem a necessidade de pagar taxas taker. Gu executou aproximadamente 11.430 operações de lavagem de dinheiro, embolsando US$ 668.671, de acordo com a SEC. No caso de Lee, foram 2.360 operações de lavagem de dinheiro e US$ 51.334 de lucros, segundo a agência reguladora.

Os advogados de Gu e Lee não responderam às solicitações de comentários.

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A SEC não citou o nome de Tenev ou da Robinhood. Em vez disso, a agência se refere a uma “corretora B” com sede em Menlo Park, Califórnia. A acusação da SEC também diz que o CEO da empresa esteve perante o Comitê de Serviços Financeiros da Câmara dos Deputados dos EUA em 18 de fevereiro, onde disse que a firma “foi pioneira na negociação de opções sem comissão e taxa de contrato zero”.

Para Tenev, aquele dia foi um penoso suplício de cinco horas. Ele enfrentou dezenas de perguntas investigativas de legisladores, que acusaram a Robinhood de transformar o mercado de ações em um cassino, ao mesmo tempo em que não protegia os investidores de varejo em meio à frenética disparada das ações GameStop e de outras empresas.

Mas Gu pescou uma oportunidade no que ouviu, de acordo com a SEC. O ex-desenvolvedor de sistemas de negociações que havia trabalhado em várias instituições financeiras concluiu, a partir do testemunho de Tenev, que a Robinhood não cobrava “taxas taker” de seus clientes, disse a agência reguladora.

O amigo de Gu, Lee, juntou-se ao esquema, de acordo com a SEC. Enquanto Gu está contestando as alegações da agência reguladora, Lee concordou em pagar uma multa de US$ 25 mil e cerca de US$ 52 mil em restituição e juros, sem admitir ou negar crimes. A SEC disse ainda que, inicialmente, sua investigação não fez com que Gu parasse de infringir a lei.

“Durante o depoimento da investigação, Gu afirmou que, embora ele não esteja usando atualmente sua estratégia de negociação, talvez faça isso no futuro”, disse a SEC em sua denúncia. “Gu também admitiu que continuou a se envolver em operações de lavagem de dinheiro depois de receber a intimação investigativa da SEC.”/ TRADUÇÃO DE ROMINA CÁCIA

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