- Durante a conferência de realidade virtual Facebook Connect, Mark Zuckerberg, CEO do Facebook Inc., anunciou que a empresa mudará de nome para ‘Meta’ - uma holding que controlará as redes sociais da gigante de tecnologia
- A nova alcunha é referência a ‘metaverso’, tecnologia de realidade virtual que se tornou uma grande aposta da big tech para revolucionar a internet
- As ações do Facebook também mudarão de ticker a partir de 1º de dezembro, do atual ‘FB’ (Nasdaq) para ‘MVRS’
Durante a conferência de realidade virtual Facebook Connect, Mark Zuckerberg, CEO do Facebook Inc., anunciou que a empresa mudará de nome para ‘Meta’ – uma holding que controlará as redes sociais da gigante de tecnologia. A nova alcunha é referência a ‘metaverso’, tecnologia de realidade virtual que se tornou uma grande aposta da big tech para revolucionar a internet.
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O metaverso seria um conjunto de espaços virtuais em que usuários poderiam explorar, por meio de avatares e realidade virtual, uma espécie de universo digital. As ações do Facebook também mudarão de ticker a partir de 1º de dezembro, do atual ‘FB’ (Nasdaq) para ‘MVRS’. Após o anúncio feito por Zuckerberg, os papéis chegaram a atingir 4,25% de alta, aos US$ 325,52. Na B3, os BDRs (FBOK34) deram um salto de 4,9%, aos R$ 65,16, na máxima do dia.
Para André Kim, sócio e analista de investimentos da GeoCapital, foi só agora, com a mudança do nome da empresa e toda a apresentação feita por Zuckerberg sobre o metaverso, que o mercado entendeu de fato a direção para qual a companhia está indo e a importância dessa nova tecnologia para o negócio. Por isso, a reação tão positiva nos papéis.
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“Não é tanto uma novidade para quem acompanha o Facebook algum tempo, porque em 2015 eles divulgaram um guia sobre como se enxergavam dali 10 anos, ou seja, até 2025/2026. E, naquele plano, já estava definido o investimento em realidade virtual, realidade aumentada, conectividade, inteligência artificial, e nisso tudo já tinha esse nome ‘metaverso’, que Zuckerberg usou para repaginar a marca”, afirma Kim.
O diferencial é que, hoje, nenhuma outra empresa investe tanto em realidade virtual quanto a empresa de Zuckerberg. Cerca de 10 mil funcionários da companhia estariam trabalhando com foco total em desenvolver essa nova área. “No final, será uma automatização, uma melhoria de aparelhos inteligentes. Eles já lançaram, inclusive, um óculos virtual”, explica Kim.
Kim vê o valuation da big tech como atrativo, mas aconselha o investidor a evitar ‘empolgações’. O investimento do Facebook no metaverso, segundo o analista, está em fase inicial e os resultados não aparecerão no curto prazo.
Polêmicas e Riscos
Guilherme Zanin, analista da Avenue, também ressalta que esse é um movimento comum em empresas dos EUA, principalmente quando estas companhias querem renovar o seu universo de produtos e apresentar novos mercados. No caso do Facebook, a nova marca também viria no sentido de descorrelacionar a empresa a escândalos recentes
Há algumas semanas a ex-funcionária da empresa, Frances Haugen, divulgou à imprensa que o Facebook ignorava estudos que apontavam para riscos do uso das redes sociais à saúde mental dos jovens. Polêmicas a parte, só o tempo dirá o quanto o metaverso irá se desenvolver e influenciar a rotina das pessoas.
“Eles acreditam que o Metaverso é o futuro, que será tão revolucionário quanto a própria internet, segundo palavras do Zuckerberg”, explica Zanin. “No mais, a mudança do código nas ações será automática, o investidor não precisará fazer nada, mas tem que ficar de olho. O retorno da empresa hoje é substancialmente resultante do Facebook, já no futuro pode ser que isso mude. A partir do momento que se tem uma holding, passa-se a ter acesso a outros mercados.”
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O analista da Avenue ainda vê riscos políticos relevantes em torno da empresa. Pela relevância crescente e grande acesso a dados da população, os governos estudam ainda formas de desmantelar as big techs ou regulá-las. Entretanto, a visão do especialista também é positiva para a nova aposta do Facebook. “Isso mostra que a companhia tem potencial de crescer, que não vai tentar viver pra sempre como uma rede social e, sim, investir em negócios que o Facebook acredite que será o futuro. Hoje, parece algo inimaginável (o metaverso), mas carros elétricos também eram há uma década”, conclui Zanin.