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- No centro da investida do Facebook na área está sua carteira digital chamada Novi, criada para os usuários movimentarem dinheiro em todo o mundo de modo rápido e barato
- Cerca de US$ 100 bilhões em pagamentos foram viabilizados pela empresa no ano passado, segundo David Marcus, que comanda a unidade de serviços financeiros da companhia
- Segundo o executivo, a empresa "enfrent auma resistência injusta no setor financeiro". Entenda os detalhes
(Ephrat Livni, The New York Times) – A missão do Facebook “é tornar o mundo mais unido”. E cada vez mais isso não tem a ver apenas com conectar amigos e familiares para compartilharem mensagens, mas também servir como plataforma para a vida financeira das pessoas.
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Cerca de US$ 100 bilhões em pagamentos foram viabilizados pela empresa no ano passado, disse David Marcus, que comanda a unidade de serviços financeiros da companhia. Mas este é somente o início das ambições da rede social no setor das finanças, escreveu David Marcus num novo memorando sobre o sistema de pagamentos ‘quebrado’ do país.
No centro da investida do Facebook nessa área está sua carteira digital chamada Novi, criada para os usuários movimentarem dinheiro em todo o mundo de modo rápido e barato (grátis em muitos casos). A companhia pretendia combinar isto com uma stablecoin chamada Libra, mas o plano foi engavetado em meio a investigações dos órgãos reguladores e agora o projeto, conhecido como Diem, é supervisionado por um grupo sem fins lucrativos de fora que busca as necessárias aprovações dos órgãos governamentais.
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Relatando alguns dos revezes do Facebook na tentativa de entrar no setor de pagamentos com criptomoedas, Marcus descreveu a gigante da tecnologia, sujeita a investigações antitruste em todo o mundo, como uma empresa muito desfavorecida.
“Enfrentamos uma resistência injusta no setor financeiro”, escreveu ele. “Tenho ouvido muitas conversas sobre como esta proposta seria excelente se o Facebook não estivesse envolvido. Compreendo e aceito a necessidade de um exame minucioso diante da nossa escala”.
Mas Marcus descreve sua companhia como um ‘competidor no setor de pagamentos’ sem nenhum plano específico para monetizar o uso da carteira digital Novi, que não cobrará por pagamentos de pessoa para pessoa, mesmo através das fronteiras.
Ele acrescentou que, permitindo que os usuários paguem com dólares, euros e outras moedas de curso legal por meio da carteira digital Novi, isso aumentará muito mais seu valor.
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“Então, por que não fazer isto e pronto?”, escreveu. “Bem, nós poderíamos”. Mas antes de decidir a respeito, ele não deseja “desperdiçar nossa chance” de incorporar stablecoins num “protocolo aberto, interoperável” para pagamentos on-line. “Ter o máximo impacto, criando um sistema fechado, usando moedas de curso legal não basta para sermos bem-sucedidos”, disse ele em seu memorando.
Os defensores das criptomoedas afirmam que a tecnologia blockchain leva em conta produtos que eliminam intermediários, analises de crédito e comissões e permite que pessoas excluídas dos serviços financeiros tradicionais façam transações a qualquer tempo, em qualquer lugar. Segundo Marcus, uma stablecoin bem arquitetada, atrelada a uma moeda de curso legal e respaldada por reservas em dinheiro, pode oferecer proteções fortes para o consumidor. E também o acesso a fundos seria mais fácil do que as tradicionais contas em bancos.
Na prática, os órgãos reguladores se mostram cautelosos com as stablecoins. Uma investigação da popular moeda digital Tether, realizada pela Procuradoria Geral de Nova York, concluiu que a empresa cunhou tokens sem reservas que as respaldassem. Nas últimas semanas, os cripto-tokens têm despertado preocupações por parte da secretária do Tesouro Janet Yellen, o chairman da SEC – Comissão de Valores Mobiliários, Gary Gensler e a senadora Elizabeth Warren de Massachusetts.
Marcus tentou aplacar tais preocupações. “Continuaremos a perseverar e demonstrar que podemos ser um competidor confiável neste setor”, escreveu, acrescentando que a carteira digital Novi tem licenças ou aprovações em quase todos os Estados americanos e o projeto Diem “solucionou todas as preocupações legítimas a respeito”.
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A carteira digital do Facebook está pronta para entrar no mercado, disse ele, e “merecemos uma chance justa”.
A julgar pelas dificuldades que o Facebook tem enfrentado até agora, os órgãos reguladores ainda precisam ser convencidos.
(Tradução de Terezinha Martino)
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