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Quer abrir uma franquia? Quanto você precisa de reserva de emergência

Além do custo inicial da franquia, o empreendedor deve se preparar para outras despesas

Quer abrir uma franquia? Quanto você precisa de reserva de emergência
Caso esteja pensando em abrir uma franquia, saiba quanto investir para ter um bom começo. (Foto: Envato Elements)
  • Ao investir em uma franquia, é preciso ter em mente que o lucro pode demorar para acontecer mesmo se tratando de um modelo de negócio já definido
  • Até lá, o empreendedor precisa ter uma reserva de emergência para arcar com as depesas pessoais e servir como capital de giro para a empresa
  • O volume dessa reserva vai depender do modelo de negócio de cada franquia e também da previsão de retorno desse investimento

Investir em uma franquia pode ser uma alternativa interessante para quem deseja ser dono do próprio negócio e não começar do “zero”. Por ter um modelo já definido e consolidado no mercado, os próximos passos para a execução do empreendimento podem se tornam mais “fáceis” para o empreendedor.

Quando se pensa em franquia, o principal gasto que vem à mente das pessoas é o valor inicial cobrado pela franqueadora e no possível retorno vindo desta “aplicação”. Embora seja visto como um investimento, a remuneração acontece de forma diferente das aplicações em ativos de renda variável ou de renda fixa.

Os lucros surgem após a consolidação do negócio que costumam aparecer no fluxo de caixa a partir dos 12 meses de operação, dependendo da atividade.

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Até lá, o empreendedor precisa ter uma reserva de emergência para servir como capital de giro para a empresa e também para arcar com as despesas pessoais do empreendedor.

Franquias: quanto investir?

Caso esteja se perguntando sobre franquias e quanto investir, a Seguralta, rede de franquias de seguros, por exemplo, exige um montante inicial que varia de R$ 30 mil a R$ 200 mil. O preço depende do padrão de franquia escolhida pelo empreendedor.

Mesmo com esse alto valor, Reinaldo Zanon, CEO da Seguralta, é transparente ao afirmar que o retorno não acontece da “noite” para o “dia” como muitas pessoas acreditam.

As estimativas da rede apontam que o retorno do investimento inicial acontece a partir do décimo segundo mês de atividade, mas esse tempo pode até ser inferior dependendo dos resultados. “A franquia exige tempo e dedicação. Não é algo que você coloca R$ 30 mil por mês e vai ter um retorno de 1% ao mês”, afirma Zanon.

Importância da reserva de emergência

Enquanto as operações não gerarem lucro, os recursos da reserva de emergência devem ser utilizados para arcar com as despesas pessoais ou para servir como capital de giro da empresa.

Segundo Vanessa Bretas, professora de estratégia global da Dublin City University, o tamanho dessa poupança vai depender do segmento da franquia e das expectativas de retornos apontadas para o modelo de negócio.

“O que o franqueado precisa considerar é que não pode contar com a renda que será gerada no início para arcar com as despesas pessoais que ele tenha”, afirma a professora.

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Por esse motivo, uma das recomendações é que o empreendedor converse com outros franqueados para ter uma dimensão ainda mais real da gordura financeira nos primeiros meses de operação.

Outra dica de Bretas é analisar os detalhes da circular de oferta e franquia (COF). “Nesse documento, a franqueadora é obrigada a colocar todas as informações que o empreendedor precisa saber sobre o negócio”, orienta.

Exemplo de quem se arriscou

Nayane Figueiredo, de 30 anos, está ciente de que as franquias não geram um retorno logo no início da operação. A fisioterapeuta, junto com outro sócio, decidiu montar uma cafeteria na cidade de Fortaleza por meio de uma rede de franquias.

O investimento inicial foi de R$ 35 mil com uma previsão de retorno entre 12 meses a 18 meses, e os recursos vieram da reserva financeira que os dois empreendedores já haviam preparado.

No entanto, os custos superaram o valor poupado. Eles precisaram desembolsar cerca de R$ 50 mil para outras despesas operacionais, como a contratação de funcionários. No lugar de tirar esse recurso do próprio bolso, Figueiredo encontrou uma alternativa mais viável que não comprometesse a sua renda mensal.

Ela, junto com o sócio, contratou uma linha de crédito no valor de R$ 100 mil a uma taxa de juros abaixo da média do mercado com uma carência de um ano para o início do pagamento. “Não compensava tirarmos o nosso dinheiro para arcar com essas despesas. Achamos melhor deixar rendendo em aplicações de renda fixa”, diz.

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Os outros R$ 50 mil foram destinados para o capital de giro da empresa. Enquanto a cafeteria não se torna rentável, os planos de Figueiredo são conciliar a nova empresa com a sua profissão. “Não estamos esperando ganhar dinheiro agora (nos primeiros meses). A nossa expectativa, a princípio, é que a empresa se pague”, afirma.

No caso da Seguralta, no modelo de negócio mais “barato” da rede de franquia a recomendação é que os franqueados tenham uma reserva de R$ 10 mil a R$ 15 mil para o capital de giro da empresa para um período de seis meses. 

“Mas com dois ou três meses, já dá para ter um lucro em torno de R$ 3 mil (na modalidade mais básica do negócio)”, diz Zenon.

Cada caso é um caso

Vale lembrar que cada franquia possui uma realidade de mercado diferente e, por isso, os valores para a reserva de emergência devem estar adequados às particularidades do negócio.

Segundo Filipe Ferreira, diretor da Comdinheiro, o ideal é que o empreendedor acumule uma quantia equivalente a seis meses da renda mensal esperada com a consolidação da empresa.

“Se o investimento inicial é de R$ 200 mil e a previsão é de uma renda mensal de R$ 20 mil, então eu preciso de R$ 320 mil no início. Os R$ 200 mil são para dar o ponta pé inicial e o restante para arcar com as despesas, como custos do negócio e pessoais”, diz Ferreira.

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