Magazine Luiza (MGLU3) e o AliExpress estão otimistas com a parceria firmada em junho. Especialmente para a próxima edição da Black Friday e Natal. Hoje, a parceria da varejista brasileira com a plataforma chinesa gera um tráfego de 700 milhões de acessos mensais. Desde o último domingo, 13, as empresas adotaram uma estratégia de vendas cruzadas, possibilitando a comercialização de produtos em ambas as lojas digitais.
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Pela primeira vez o Magazine Luiza atua como vendedora em uma plataforma considerada concorrente, uma movimentação que visa fortalecer a posição no mercado de cross-border e consolidar sua liderança no e-commerce brasileiro durante as festividades, conforme informou Lucas Ozório, gerente de Relações Institucionais do Magalu, ao Broadcast. Paralelamente, o grupo Alibaba, que controla o AliExpress, obtém acesso direto ao consumidor brasileiro.
Segundo Ozório, analistas de mercado estão otimistas com as vendas decorrentes dessa estratégia. Haroldo Monteiro, especialista em finanças e consultor empresarial, atribui essa expectativa à dinâmica da parceria: enquanto o Magazine Luiza disponibiliza produtos de maior valor agregado para a plataforma chinesa, o AliExpress oferece um vasto catálogo de itens a preços competitivos.
A colaboração entre os marketplaces também visa intensificar a competição no setor, pressionando as concorrentes, de acordo com Monteiro. Ele explica que essa competição tende a favorecer os consumidores, que terão acesso a ofertas mais atraentes, tanto em preço quanto em condições de pagamento, sobretudo nas principais datas comerciais.
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Em relação à nova política de taxação de 20% sobre compras internacionais de até US$ 50, em vigor desde agosto, a parceria foi estrategicamente planejada para atenuar os impactos dessa medida, segundo o próprio Magalu. “Nosso acordo prevê o uso do programa Remessa Conforme, que facilita a importação dentro do novo modelo tributário, garantindo que as operações estejam em conformidade com a legislação vigente no Brasil”, explica Osório.
Para Denis Medina, economista e professor da Faculdade do Comércio de São Paulo (FAC-SP), o cenário pode ser analisado por duas perspectivas: o impacto no mercado interno e as consequências para as importações via e-commerce.
Medina destaca um otimismo em relação ao mercado interno, apontando para condições econômicas favoráveis, como baixo desemprego e aumento da renda, impulsionadas pelo pagamento do 13º salário. “Com essas condições, podemos esperar um crescimento de pelo menos 10% nas vendas em relação ao ano passado”, diz.
Por outro lado, a nova política de taxação é vista como um fator que provavelmente reduzirá o volume de compras internacionais feitas em plataformas de vendas online.
Para Edson Agatti, diretor executivo da Faculdade Internacional Brasília, a perda de competitividade das plataformas internacionais pode abrir mais espaço para os players locais. Nesse cenário, a colaboração entre Magazine Luiza e AliExpress ganha relevância estratégica, potencializando o posicionamento de ambas as empresas no mercado.
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