Luiza Trajano no evento Expo Magalu. Foto: Felipe Rau/Estadão
O caminho para a equidade de gênero no mercado financeiro ainda é longo, mas as mulheres estão conquistando cada vez mais espaço e pequenos avanços já podem ser vistos. Até agosto deste ano, por exemplo, elas representavam 24,85% das pessoas físicas na B3, cerca de 742 mil investidoras. O número representa um salto de 72% em relação ao primeiro mês do ano.
Ao considerar as empresas de capital aberto, a que melhor representa essa mudança em direção a maior participação feminina é a Magazine Luiza, apontada como a companhia com maior igualdade no Conselho de Administração.
O órgão, que é responsável por fazer planejamentos estratégicos, orientar e supervisionar atividades, possui sete cargos. Desses, três são ocupados por mulheres na Magalu – isto é, 43% dos conselheiros. Os dados são do relatório ‘Teva Indices ESG Mulheres no Conselho’, divulgado em parceria com a Easynvest.
Em segundo lugar aparece o Santander, com 33% do conselho administrativo composto por mulheres. A medalha de bronze do ranking fica com a TIM, que tem 30% de executivas no board. Tanto o banco, quanto a empresa de telefonia, possuem três especialistas na posição de conselheiras, variando apenas o número total de cargos disponíveis. Na sequência aparecem Telefônica, Natura e Renner (com 25% cada), Engie (22%) Suzano (20%), B3 (18%) e Vale (15%).
O estudo considerou como critério de seleção a capitalização mínima de R$ 300 milhões, de acordo com dados do fechamento de 31 de agosto, e excluiu empresas em recuperação judicial que não tenham pelo menos 1% das ações em livre circulação no mercado. Segundo Gabriel Verea, CEO da Teva Indices, o levantamento indica a importância de medir quantitativamente determinados objetivos. “Observamos que a disparidade da representatividade feminina nos conselhos de administração ainda é grande”, afirma. “Chamar a atenção para esses números deixa claro a urgência em promover mudanças.”
A Teva ainda apurou que a participação feminina total dentro dos Conselhos de Administração subiu apenas 1,2% em comparação ao ano passado. Dos 1846 cargos analisados, apenas 214 são ocupados por mulheres. Em 2019, eram 194 conselheiras. Outro dado preocupante é que 48% das companhias participantes do levantamento não possuem mulheres dentro do Conselho. Entretanto, há três anos a situação era pior, com 64% das companhias sem nenhuma executiva no board.