- Diretor financeiro da estatal, Fernando Melgarejo, disse que esse tipo de pagamento não está descartado, mas que decisão a esse respeito depende da capacidade de geração de caixa futuro
- Companhia anunciou o pagamento de R$ 13,6 bilhões em dividendos ordinários relativos ao segundo trimestre da Petrobras, mas R$ 6,4 bilhões desse montante vieram da reserva de capital da companhi
- Melgarejo já havia reconhecido que, sem a reserva, a Petrobras teria dificuldade de propor o pagamento trimestral
Questionado repetidas vezes sobre dividendos extraordinários da Petrobras (PETR3;PETR4) em teleconferência sobre os resultados da companhia, nesta sexta (9) o diretor financeiro da estatal, Fernando Melgarejo, disse que esse tipo de pagamento não está descartado, mas que decisão a esse respeito depende da capacidade de geração de caixa futuro.
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“Tão logo identificada a disponibilidade a gente vai fazer (dividendos extraordinários da Petrobras). Não está descartado o pagamento de dividendos extraordinários em 2024″, disse Melgarejo.
Nesta quinta (8) a companhia anunciou o pagamento de R$ 13,6 bilhões em dividendos ordinários relativos ao segundo trimestre da Petrobras, mas R$ 6,4 bilhões desse montante vieram da reserva de capital da companhia formada a partir de extraordinários retidos anteriormente. Restam, agora, cerca de 15,5 bilhões nessa reserva.
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Mais cedo nesta sexta, na mesma teleconferência, Melgarejo já havia reconhecido que, sem a reserva, a Petrobras teria dificuldade de propor o pagamento trimestral.
Fup critica dividendos e redução de Capex no 1º balanço da Petrobras sob gestão de Magda
A Federação Única dos Petroleiros (Fup) criticou o pagamento “exagerado” de dividendos pela Petrobras referentes ao segundo trimestre do ano e a redução do Capex, principalmente por ter atingido o core business da empresa, a área de Exploração e Produção.
Em nota divulgada nesta sexta, um dia depois da estatal ter divulgado prejuízo de R$ 2,6 bilhões no período, por fatores não recorrentes, e mesmo assim ter distribuído proventos aos acionistas, o coordenador da Fup, Deyvid Bacelar, disse que a entidade sindical está atenta aos caminhos que serão seguidos pela gestão da presidente Magda Chambriard.
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Estes foram os primeiros resultados da Petrobras anunciados pela administração de Chambriard, há menos de dois meses no cargo, observou. Segundo Bacelar, a grande preocupação da Fup é pela redução entre 21,6% e 27,0% do volume de investimentos para o ano de 2024, sobretudo em exploração e produção (E&P), e a manutenção de pagamento de dividendos, “em mesmos patamares observados desde o segundo semestre de 2023, com Jean Paul Prates na presidência da companhia”, ressaltou.
“Chama a atenção que, mesmo diante do prejuízo da Petrobras no segundo trimestre do ano, mantiveram os dividendos elevados e, para garantir o pagamento, lançaram mão de reservas estatutárias de remuneração de capital. Mais uma vez, a companhia garantiu robusta remuneração aos seus acionistas, um total de R$ 13,6 bilhões no segundo trimestre de 2024″, observou Bacelar.
Ele ponderou, contudo, que, como Chambriard tem pouco tempo à frente da presidência da empresa, a Fup tem a expectativa de que haja mudança em relação à política de dividendos.
No primeiro semestre do ano, a Petrobras já distribuiu R$ 27 bilhões em dividendos, valor 31% superior ao lucro líquido registrado no período (R$ 20,6 bilhões).
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“É preciso definir claramente o destino da renda petroleira. Se ela vai para investimentos ou para pagar dividendos robustos a acionistas, sobretudo privados e internacionais”, afirmou o dirigente sindical. Para Bacelar, os acordos tributários, que tiveram impactos sobre os resultados da companhia, foram importantes, pois, além de limparem pendências com a União, podem ajudar na corrida do governo federal em reduzir o déficit fiscal.
Ele destacou, porém, a necessidade de investimentos em E&P da Petrobras para a exploração da Margem Equatorial, Bacia Leste, Bacia de Pelotas, entre outros. “Precisamos de reposição de reservas, até porque a produção do pré-sal começa a cair a partir de 2030, segundo os especialistas”, destacou.