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Pior semestre do S&P 500 em 60 anos não revela o que está por vir

Como a segunda metade do ano será? essa ainda é uma questão de sorte

Pior semestre do S&P 500 em 60 anos não revela o que está por vir
Operador na bolsa de NY 19/05/2022. REUTERS/Andrew Kelly
  • O S&P 500 caiu 21% no primeiro semestre de 1970
  • Em 2020, ele caiu 4% no primeiro semestre e subiu 21% nos últimos seis meses do ano
  • As chances parecem boas para o restante de 2022, pois o mercado já precificou na probabilidade de uma recessão moderada

(Elaine Chen, Washington Post) – O S&P 500 está em seu pior primeiro semestre desde 1962. Mas seu desempenho péssimo não é uma indicação do que está por vir.

Isso segundo uma análise da S&P Dow Jones Global Indices, que diz que historicamente houve pouca ou nenhuma correlação entre o desempenho do índice no primeiro e no segundo semestre do ano.

O S&P 500 caiu 21% no primeiro semestre de 1970, durante um período de alta inflação com o qual a conjuntura atual foi comparada. E subiu 27% no segundo semestre daquele ano. Em 2020, ele caiu 4% no primeiro semestre e subiu 21% nos últimos seis meses do ano.

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Isso não significa que o perigo acabou. Como a segunda metade do ano será ainda é uma questão de sorte. Desde 1957, nos anos em que o S&P 500 teve um primeiro semestre negativo, o benchmark teve um segundo semestre negativo cerca de 50% das vezes, disse Anu Ganti, diretora sênior de estratégia de investimento de índice da S&P Dow Jones.

“É muito difícil saber ou prever o que vai acontecer com base no desempenho do passado”, disse ela.

As chances parecem boas para o restante de 2022, pois o mercado já precificou na probabilidade de uma recessão moderada, disse Brent Schutte, diretor de investimentos da gestora de patrimônios Northwestern Mutual.

“Acho que o medo é que este período seja como a década de 1970, quando a demanda caiu, mas a inflação não diminuiu com isso”, disse ele. “Isso significaria que o Fed teria que continuar aumentando as taxas de juros, o que causaria uma recessão mais profunda. Não é isso que vejo acontecer.”

Desta vez, a inflação desacelerará junto com a demanda, criando um cenário para um mercado de ações positivo, disse ele.

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Já há sinais de abrandamento da inflação, pois o índice de preços de despesas de consumo pessoal de maio, que o Federal Reserve usa para sua meta de inflação, subiu menos que o esperado.

“Não me surpreende que não exista correlação entre o passado e o futuro”, disse Schutte. “Nunca encontrei uma maneira de ganhar dinheiro olhando para o espelho retrovisor.”/TRADUÇÃO DE ROMINA CÁCIA

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