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Quem é a BioNTech, parceira da Pfizer na vacina para covid-19

Biofarmacêutica alemã aposta na técnica baseada em mRNA para o desenvolvimento do imunizante

Quem é a BioNTech, parceira da Pfizer na vacina para covid-19
Biofarmacêutica alemã, BioNTech aposta na técnica baseada em mRNA para o desenvolvimento do imunizante. (Foto: Cadu Rolim/FotoArena/Estadão Conteúdo)
O que este conteúdo fez por você?
  • A presença da BioNTech na corrida pela vacina, inclusive, já fez o preço de suas ações mais que triplicaram, desde o seu IPO em outubro do ano passado
  • Apesar de ter sido cotada em baixa de 3,84% (US$ 64,14) no pregão de quarta-feira, quando a notícia foi divulgada, a ação da BioNTech ganhou fôlego nesta quinta-feira (2) e teve oferta máxima de US$ 69,39. Até o meio dia, o papel seguia cotado em US$ 66,97, indicando uma alta de 4,4%
  • Fundada em 2008, a BioNTech é uma empresa de imunoterapia, como se define, da próxima geração. A biofarmacêutica, com sede em Mainz, no sudoeste da Alemanha, é pioneira em novas terapias para o câncer e outras doenças graves. E a tecnologia de ponta foi o argumento utilizado para levar os papéis da empresa para a Nasdaq, em outubro do ano passado

A empresa alemã BioNTech (BNTX) ganhou mais notoriedade no mercado e nos noticiários desde que anunciou o desenvolvimento de uma vacina para covid-19, em parceria com a norte-americana Pfizer.

A estreia da empresa no mercado de ações foi com os papéis negociados a US$ 14,24. Em março de 2020, a cotação atingiu o pico de US$ 92, um dos valores mais altos até aqui.

De altas e baixas frequentes foi o desempenho das ações das diversas companhias de capital aberto envolvidas na disputa para quem anunciaria primeiro a vacina que pode pôr um fim na pandemia provocada pelo novo coronavírus.

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A cada nova notícia anuncia, fosse positiva ou negativa, as bolsas ao redor do mundosentiam os impactos.

Afinal, quem é a BioNTech?

Fundada em 2008, a BioNTech é uma empresa de imunoterapia, como se define, da próxima geração. A biofarmacêutica, com sede em Mainz, no sudoeste da Alemanha, é pioneira em novas terapias para o câncer e outras doenças graves. E a tecnologia de ponta foi o argumento utilizado para levar os papéis da empresa para a Nasdaq.

Apesar de não ter alcançado os US$ 264 milhões almejados no IPO de 10 de outubro de 2019, a companhia conseguiu arrecadar em torno de US$ 150 milhões, depois de reduzir o preço da oferta para próximo de US$ 15. Mesmo com o saldo abaixo do esperado, segundo a Forbes, a BioNTech atingiu uma avaliação de mercado de US$ 3,4 bilhões.

Após a abertura de capital, o papel foi conseguindo ganhar peso a partir de dezembro de 2019. Mas foi com o anúncio da parceria com a Pfizer, em 17 de março de 2020, que o preço da ação disparou para US$ 66,60.

No dia seguinte, em 18 de março, a cotação atingiu seus recorde histórico e fechou o pregão em US$ 92,00, um crescimento de 546% em relação aos tímidos US$ 14,24 do IPO.

CEO da BioNTech é turco criado na Alemanha

Ugur Sahin é um dos milhões de turcos que foram para a Alemanha em busca de uma vida melhor. Ele se mudou para o território alemão na infância, quando os pais conseguiram emprego na fábrica da Ford em Colônia.

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Sahin se formou em medicina na Universidade de Colônia, onde conheceu sua mulher, Oezlem Tuereci.

O casal decidiu fundar a BioBTech em 2008. O foco era desenvolver terapias para tratamento de câncer com vacinas personalizadas, capazes de ensinar as células a atacar o tumor presente no organismo.

A mudança de foco para o combate ao covid-19 ocorreu em um fim de semana de janeiro de 2020, quando ele leu um artigo sobre o vírus na revista científica The Lancet e percebeu que uma pandemia com potencial de fechar escolas estava a caminho.

“Na segunda-feira seguinte, ele chegou para a sua equipe e, embora a maioria deles fosse oncologista, os colocou para trabalhar no desenvolvimento da vacina”, disse em entrevista Thomas Strüngmann, empresário alemão do setor farmacêutico que desenvolveu projetos em parceria com Sahin.

Pfizer investiu US$ 1 bilhão no desenvolvimento da vacina

Em fevereiro de 2020, Sahin procurou Kathrin Jansen, chefe de pesquisas e desenvolvimento de vacinas da Pfizer, para oferecer uma parceria no desenvolvimento da vacina. Jansen topou e Pfizer assumiu o compromisso de investir US$ 1 bilhão no projeto, incluindo um pagamento adiantado de US$ 185 milhões.

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Em junho do mesmo ano, o Banco Europeu de Investimentos aceitou investir outros 100 milhões de euros, em duas parcelas de 50 milhões a serem liberadas de acordo com a evolução das pesquisas.

“Os investimentos que fizemos para desenvolver nossa plataforma de vacinas ao longo de 12 anos nos permitiram responder rapidamente à crise global com o início do programa de vacina contra a covid-19. Este financiamento nos permitirá atingir o próximo estágio de desenvolvimento do tratamento contra a covid-19”, disse o diretor financeiro e de operações da BioNTech, Sierk Poetting.

Como funciona a vacina da BioNTech?

Assim como a Moderna, a BioNTech buscou um caminho diferente das técnicas tradicionais no desenvolvimento da sua vacina para covid-19.

As biofarmacêuticas apostaram no uso de mRNA, que tenta transformar as células do corpo em “fábricas de medicamentos”.

De uma forma geral, a maior parte dos estudos tradicionais parte da lógica de injetar no corpo de pacientes proteínas ou o próprio vírus, seja ele morto ou atenuado, para que o organismo possa produzir uma resposta imunológica contra o invasor.

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Na técnica adotada pela BioNTech e Moderna, os cientistas trabalham com uma só parte do vírus, o mRNA, que carrega a instrução para o corpo produzir a proteína spike, presente no SARS-CoV-2.

Caso o organismo, já com as proteínas spike, reconheça a presença da proteína do vírus, ele passa a produzir os anticorpos para combater o invasor.

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