Publicidade

Negócios

Por que os países aplicam sanções financeiras para barrar a Rússia

Conflito duradouro poderia causar graves prejuízos à economia do país que invadiu a Ucrânia

Por que os países aplicam sanções financeiras para barrar a Rússia
O presidente da Rússia, Vladimir Putin. Foto: AP
  • Em alguns países, as punições também passam pelo campo empresarial. A França, por exemplo, anunciou estar se preparando para confiscar todos os bens de autoridades e líderes empresariais russos
  • O objetivo é pressionar o governo de Vladimir Putin a acabar com o conflito no leste europeu, limitando a capacidade financeira russa e impedindo que o país tenha capital para financiar a continuidade da guerra

Desde a invasão russa na Ucrânia na última quinta-feira (24), diversos países aplicaram sanções financeiras ao Banco Central da Rússia. Na segunda-feira (28), Estados Unidos, Japão, Reino Unido, França, Canadá e Suíça – esta última tradicionalmente neutra em conflitos geopolíticos – anunciaram mais punições ao BC russo ou a lideranças empresariais do país.

O objetivo é pressionar o governo de Vladimir Putin a acabar com o conflito no leste europeu, limitando a capacidade financeira russa e impedindo que o país tenha capital para financiar a continuidade da guerra.

As sanções financeiras consistem, em suma, em proibir cidadãos e órgãos financeiros do país de realizar transações comerciais com instituições financeiras russas e bloquear investimentos e reservas da Rússia no país.

Publicidade

Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos

Thiago de Aragão, mestre em Relações Internacionais, diretor de estratégia da Arko Advice e colunista do E-Investidor, explica que o intuito principal das sanções é isolar a Rússia de acesso financeiro e “secar a fonte financeira pra que ela não consiga abastecer a máquina”.

Ele ainda pontua que foram feitas sanções em cima de indivíduos para tentar gerar uma cisão dentro do governo. “O objetivo é afetar a questão pessoal de cada indivíduo, seus familiares, e assim aumentar a pressão interna para que uma mudança de rumo ocorra”.

Em alguns países, as punições também passam pelo campo empresarial. A França, por exemplo, anunciou estar se preparando para confiscar todos os bens de autoridades e líderes empresariais russos que estão sendo alvo de sanções da União Europeia (UE). Já a multinacional britânica BP informou que irá se desfazer da sua participação na petrolífera estatal russa Rosneft.

A companhia norueguesa de energia Equinor anunciou que interrompeu novos investimentos na Rússia e iniciou o processo de saída de suas joint ventures russas. “Esperamos que a decisão de iniciar o processo de saída de joint ventures na Rússia afete o valor contábil dos ativos russos da Equinor e leve a prejuízos”, destacou a empresa.

“As pressões em cima dos empresários russos são pra que eles se sintam diretamente afetados e coloquem uma pressão ainda maior em cima do governo russo, principalmente em cima do Putin, para interromper o processo de invasão”, explica Aragão.

O impacto na economia russa

O tamanho do prejuízo financeiro ainda é difícil de estimar, uma vez que não se sabe quanto tempo o conflito vai durar, afirma Aragão. “Se o Putin interrompesse agora [a invasão], obviamente as sanções não iriam todas cair, mas ele poderia colocar algumas – principalmente a do Swift – na mesa de negociação para sair da da Ucrânia”.

Publicidade

Mas se a guerra perdurar, como tem demonstrado, a situação econômica russa pode ficar “caótica”, segundo o especialista. O rublo russo, moeda oficial do país, continuaria perdendo valor, o governo poderia imprimir mais moeda e gerar um cenário de alta inflação.

“As reservas russas não valem nada, porque elas são líquidas e basicamente estão em cima de títulos do tesouro de outros países, então basta os países não honrarem os títulos que os russos possam vir a querer vender”, aponta.

Para Aragão, em tese, toda a pressão econômica em cima da Rússia poderia fazer com que Putin recuasse com a invasão, mas o perfil do líder russo não demonstra que essa alternativa esteja próxima. “Se as pressões funcionarem e o Putin recuar, isso é uma imensa demonstração de fraqueza por parte dele, que vai acabar minando a sua popularidade ou a sua unanimidade dentro do governo russo. Ele não tem nenhuma saída. Então pela característica dele e o que vem demonstrando, no momento, ele está pagando pra ver”, avalia.

*Com informações do Broadcast/Estadão.

Web Stories

Ver tudo
<
>

Informe seu e-mail

Faça com que esse conteúdo ajude mais investidores. Compartilhe com os seus contatos