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- Disputa pela presidência da Vale ocorre em meio à crescente pressão do governo brasileiro para influenciar o processo de sucessão
- Política de sucessão da Vale envolve a contratação de uma consultoria internacional para selecionar três candidatos
- Atual presidente é reconhecido no mercado por concentrar seu mandato na melhoria da reputação da Vale
Uma lista de 10 candidatos para assumir o lugar na presidência da Vale (VALE3) foi apresentada ao conselho da empresa nesta terça-feira (9). A data de sucessão do atual CEO, Eduardo Bartolomeo, ainda não foi divulgada, mas a diretoria diz que deve definir uma lista tríplice até o final de setembro.
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Entre os indicados, destacam-se CEOs de grandes corporações, como Francisco Gomes Neto, da Embraer (EMBR3), e Gustavo Werneck, da Gerdau (GGBR4). Também estão cotados Carlos Piani, da Equatorial (EQTL3), Cristiano Teixeira, da Klabin (KLBN11) , Maurício Bahr, da Engie (EGIE3), e Antonio Maciel Neto (Caoa).
Além disso, conforme a publicação, a lista inclui ainda o ex-ministro e ex-presidente da Petrobras (PETR4) Pedro Parente, o presidente da Volks nos EUA, Pablo Di Si, e dois executivos da mineração, Ruben Marcos Fernandes (Anglo American) e Marcelo Bastos (BHP e ex-Vale).
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Posteriormente, os candidatos devem ser avaliados pelo colegiado da Vale, com a decisão final prevista para ser anunciada um mês depois. A consultoria Russell Reynolds é responsável por indicar os prováveis sucessores. As informações são do jornal O Globo.
Pressão do governo influencia sucessão da presidência da Vale
A disputa pela presidência da Vale ocorre em meio à crescente pressão do governo brasileiro para influenciar o processo de sucessão. Apesar da privatização da Vale em 1997, a intervenção governamental continua sendo uma questão relevante no setor de mineração. Bartolomeo, que está à frente da Vale há cinco anos, expressou seu desejo de continuar como CEO após o término de seu mandato em 26 de maio, mas enfrentou resistência interna. Após deixar o cargo, ele atuará como consultor até 2025.
A política de sucessão da Vale envolve a contratação de uma consultoria internacional para selecionar três candidatos, entre os quais o próximo CEO será escolhido. Bartolomeo é reconhecido no mercado por concentrar seu mandato na melhora da reputação da Vale, focando em questões ambientais, sociais e de governança, além de reduzir riscos ligados ao armazenamento de resíduos de mineração.
Durante seu período na liderança, Bartolomeo desfez-se de negócios não essenciais e separou as operações de metais básicos para valorizar os ativos de níquel e cobre da empresa. Seu legado inclui planos para eliminar barragens de rejeitos de alto risco e um acordo de US$ 7,6 bilhões relacionado ao desastre de Brumadinho.
No entanto, os investidores manifestaram preocupações com o desempenho operacional e controle de custos da empresa, além da gestão das relações com os estados e o governo federal. A pressão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a Vale aumentou nos últimos meses, especialmente após a tentativa frustrada de indicar Guido Mantega para o comando da empresa. Lula tem argumentado que a Vale “precisa prestar contas ao Brasil” e não pode agir como “dona” do país, ressaltando a importância da mineradora em seus planos para a recuperação econômica do Brasil.
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