Aposentados da Geração X se arrependem da poupança e seguem os passos da Geração Z em busca de renda extra
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O sonho de se aposentar e finalmente descansar está cada vez mais distante para muitas pessoas da geração X, os nascidos entre meados dos anos 60 e início dos anos 80. Em vez de aproveitar os anos de tranquilidade, cresce o número de aposentados que recorrem a bicos para complementar a renda. O cenário econômico instável, com inflação, aumento do custo de vida e incertezas, tem forçado muitos a rever seus planos.
Segundo reportagem da revista norte-americana Fortune, esse movimento também ocorre nos Estados Unidos, onde mais de 60% dos aposentados desejam ter uma atividade paralela para ajudar nas finanças. Lá, são comuns ocupações como dar aulas, trabalhar com vendas ou dirigir por aplicativo. Para muitos, além do dinheiro, esses trabalhos servem como forma de manter a mente ativa e o contato com outras pessoas.
No Brasil, a realidade não é muito diferente. Sem planejamento financeiro adequado, grande parte dos aposentados percebe que a poupança acumulada ao longo da vida não é suficiente. O problema é agravado por anos vivendo com o orçamento apertado e sem investimentos mais rentáveis. O resultado é uma nova rotina onde o “descanso” da aposentadoria dá lugar à necessidade de continuar trabalhando, mesmo que em regime parcial.
Além da necessidade, há também uma mudança de mentalidade. Muitos aposentados dizem encontrar prazer em continuar ativos, e buscam alternativas para manter-se produtivos. Atividades como dar aulas de reforço, vender produtos artesanais ou oferecer serviços on-line têm ganhado espaço. De acordo com especialistas, a longevidade e a busca por mais qualidade de vida também impulsionam essa tendência.
Curiosamente, essa movimentação aproxima gerações. Jovens da Geração Z já vêm há tempos adotando o modelo de trabalho por conta própria, impulsionados por plataformas digitais e pela busca por independência financeira.
Muitos aposentados estão, agora, trilhando o mesmo caminho, não apenas por necessidade, mas como forma de reinventar essa fase da vida, além de encontrar satisfação pessoal e autonomia mesmo fora do tradicional mercado de trabalho.