A aquisição de uma casa própria faz parte dos planos da maioria das pessoas no Brasil. Para que o desejo realmente saia do papel, é preciso uma organização financeira a longo prazo. Isso ajudará o consumidor a ter menos problemas durante a compra, principalmente em um contexto onde o preço dos imóveis aumenta cada vez mais.
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A pedido do E-Investidor, a Fipe realizou um levantamento sobre esse cenário, a partir de dados do Índice FipeZAP Histórico e do Índice FipeZAP Residencial de Venda. Em junho de 1995, por exemplo, um apartamento de 70 m², no bairro Pinheiros, em São Paulo, custava cerca de R$ 71 mil. Já em 2024, um imóvel nesse perfil está avaliado em R$ 879 mil.
Com isso, é importante ter um bom planejamento financeiro e ter alguns cuidados ao comprar um imóvel. Por isso, separamos 7 dicas que podem te ajudar nesse momento. Confira abaixo:
1. Faça uma reserva de emergência
Em reportagem do E-Investidor, Marcelo Milech, planejador financeiro CFP pela Associação Brasileira de Planejamento Financeiro (Planejar), orientou a criação de uma reserva financeira que cubra, pelo menos, seis meses de despesas cotidianas. Ainda, ele indicou que o consumidor não deve comprometer mais de 30% de sua renda disponível, com prestações de financiamento.
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Após esse passo inicial, é possível pesquisar por imóveis cujos preços ou parcelas se encaixem com o orçamento.
2. Conheça a localização do imóvel
Durante o processo de busca, é importante considerar as características da localização dos imóveis desejados. Por isso, faça visitas na região tanto no período da manhã quanto no da noite, para ter uma ideia sobre a segurança, os ruídos e a mobilidade urbana do local. Vale destacar que esse ponto também influencia no preço da casa.
3. Cuidado com o financiamento imobiliário em bancos
Os bancos e as instituições financeiras, no geral, são bastante procurados quando se trata da compra de um imóvel. Isso porque os preços dos imóveis são muito elevados para serem comprados à vista. Mas ao fazer um financiamento, é preciso ter muito cuidado para não afetar a vida e a saúde financeira do consumidor.
Por isso, analise a instituição que oferece o crédito imobiliário, as suas taxas e qual será o indicador que irá atualizar as parcelas e o saldo, ao longo do tempo. Nesse caso, a Taxa Referencial (TR) é a mais comum, mas também existem financiamentos que são corrigidos pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPCA).
4. Se possível, antecipe algumas parcelas
O financiamento em bancos é o método mais tradicional na compra de imóveis. Por isso, vale pagar algumas parcelas muito antes de seus vencimentos, caso o consumidor tenha uma quantia sobrando em determinado momento.
Mas também vale uma análise antes de fazer essa escolha. Se o seu dinheiro estiver aplicado em um investimento de baixo risco, é melhor não mexer nele. Mas se a rentabilidade da aplicação for baixa, é indicado seguir a ideia de quitar parcelas.
5. Fique atento às quedas nas taxas do financiamento
Caso o consumidor tenha optado pelo financiamento tradicional, outro ponto que é preciso observar é a queda de algumas taxas ao longo dessa contratação. Conforme Marcelo Milech, esse ponto “pode propiciar uma portabilidade ou renegociação da taxa, junto ao agente financeiro”.
6. Aquisição de imóvel por consórcio
O consórcio é uma alternativa que foge do financiamento mais habitual. Nessa modalidade, um grupo de pessoas paga, mensalmente, parcelas com um determinado valor, para um objetivo financeiro comum a todos.
Assim, alguém é sorteado todo mês, com uma carta de crédito para a aquisição daquele bem. Enquanto isso, as outras pessoas podem antecipar a compra concorrendo com lances maiores. O problema é que não há uma previsão de quando será possível adquirir o imóvel.
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“Pode ser uma alternativa de ‘poupança forçada’, porém os custos de administração dos consórcios podem atrapalhar muito”, disse Marcelo. “Há o benefício de ser contemplado por sorteio ou por lance, o que é uma vantagem, porque o consorciado pode comprar o bem (ou receber a carta de crédito), antes do prazo final do consórcio.”
7. Considere o Minha Casa, Minha Vida
O programa de habitação do Governo Federal é uma alternativa para quem busca casas com preços mais acessíveis, além de não seguir o financiamento tradicional. Na iniciativa, o governo é quem subsidia ou financia parte do valor do imóvel.
Para se inscrever no projeto de aquisição da casa própria, as famílias devem ter uma renda mensal bruta de até R$ 8 mil, em áreas urbanas, ou uma renda anual bruta de até R$ 96 mil, em áreas rurais. Ainda, quem optar pelo Minha Casa, Minha Vida (MCMV) não deve ter outro imóvel registrado no próprio nome.
Colaborou: Jennifer de Carvalho.