A cada ano, a Black Friday se torna um grande momento para o varejo mundial, prometendo grandes descontos e oportunidades únicas para os consumidores. A data teve origem nos Estados Unidos com o objetivo de antecipar as compras para as festas de fim de ano e os descontos acontecem na sexta-feira logo após o Dia de Ação de Graças, celebrado na última quinta-feira de novembro.
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Contudo, o impacto da Black Friday não se limita ao consumo; suas conexões com o mercado financeiro datam do século XIX, revelando como o comportamento econômico e as estratégias de compras influenciam os investimentos.
Segundo o portal do Governo Federal, em 2023, a Black Friday mobilizou milhões de consumidores ansiosos para aproveitar as promoções. Porém, embora as vitrines virtuais e físicas estejam cheias de ofertas, é crucial entender como essa agitação afeta também o setor financeiro. Para os investidores, o período pode representar tanto uma oportunidade quanto um risco, dependendo de como o mercado reage ao aumento nas vendas e ao comportamento do consumidor.
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Um fator crescente que afeta o comportamento dos investidores, especialmente durante períodos de alta movimentação econômica, como a Black Friday, é a gamificação. Essa tendência envolve elementos típicos de jogos nas atividades cotidianas, incluindo o ato de investir, tornando o processo mais envolvente. Contudo, essa abordagem pode ter efeitos tanto positivos quanto negativos.
No lado positivo, a gamificação facilita o aprendizado sobre o mercado financeiro, tornando conceitos complexos mais acessíveis, especialmente para iniciantes.
Aplicativos de investimento que adotam essa estratégia tendem a atrair mais pessoas ao mercado, estimulando a criação de portfólios diversificados e incentivando o planejamento financeiro de longo prazo.
No entanto, também existem algumas armadilhas. Quando usada de maneiras erradas, a gamificação pode estimular decisões impulsivas, motivadas pela emoção do momento em vez de uma análise cuidadosa. Isso é especialmente perigoso para investidores com menos experiência ou que se encontrem em situações financeiras difíceis.
Estudos indicam que plataformas de negociação que utilizam a gamificação podem, involuntariamente, estimular comportamentos de risco. Os investidores são levados a tomar decisões rápidas, muitas vezes guiados por notificações constantes e gráficos sonoros – semelhantes a jogos de azar -, em vez de avaliações bem fundamentadas. Essa característica é particularmente preocupante quando se trata de ativos voláteis, cujas oscilações podem aumentar o apelo de escolhas arriscadas, especialmente entre os menos experientes.
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Ainda de acordo com o Governo, a solução para esses riscos não é equilibrada. Investidores que dedicam tempo ao aprendizado sobre finanças tendem a ser menos influenciados pela pressão momentânea. A educação financeira fortalece a capacidade de tomar decisões com base em análises, ajudando a manter o foco nos objetivos de longo prazo. Para enfrentar as influências da gamificação, é fundamental desenvolver habilidades de autocontrole e buscar informações de fontes confiáveis antes de agir por impulso.
Além disso, é importante estar atento às características dos aplicativos de investimento. O design envolvente, com atualizações em tempo real e elementos que mantêm o usuário em ação constante, pode prejudicar uma abordagem racional e estratégica dos investimentos. Reconhecer esses gatilhos e adotar uma postura mais crítica ao usar essas ferramentas pode ser a diferença entre um investimento seguro e uma perda significativa.
Sendo assim, embora a Black Friday seja uma excelente oportunidade para compras, é essencial lembrar que, no mundo dos investimentos, decisões bem pensadas são sempre mais vantajosas do que agir por impulso. A gamificação, embora útil em alguns aspectos, deve ser utilizada com cautela.
Colaborou: Gabrielly Bento.