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Educação Financeira

28 carros com desconto na Black Friday. Vale comprar à vista ou financiar?

Nem todas as montadoras aderiram, mas algumas oferecem descontos acima de 15%

28 carros com desconto na Black Friday. Vale comprar à vista ou financiar?
Confira as dicas de como economizar na hora de comprar o seu veículo dos sonhos. Foto: Senivpetro / Freepik
O que este conteúdo fez por você?
  • Peugeot 208 Like 1.0 M sai por R$ 75.990,00 na Black Friday
  • Comprar à vista é a melhor opção para economizar, dizem especialistas
  • Financiamento com entrada de 60% e prazo curto pode ser vantajoso

As montadoras não poderiam ficar de fora da Black Friday e algumas anunciaram promoções com desconto superior a 15% no valor de veículos novos. Esse é o caso do Peugeot 208 Like 1.0 M, que pode chegar a um preço de R$ 75.990,00 (ver tabela abaixo). A francesa é uma das mais agressivas em novembro e chega a oferecer até a famosa taxa zero, que depende de um bom valor de entrada.

A pedido do E-Investidor, o Jornal do Carro levantou 28 modelos com valores de até R$ 1,2 milhão (a BMW i7), e avaliamos a lista para responder: vale a pena entrar na onda da Black Friday e sair com um carro zero?

A resposta é sim para o cliente que se preparou e juntou uma poupança para pagar o valor integral. “Comprar à vista sempre será a melhor condição porque o cliente não paga juros e consegue barganhar um desconto em um momento de vendas ruins”, diz José Miguel de Oliveira, diretor executivo da Associação Associação Nacional de Executivos (Anefac).

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Para comprar um carro de R$ 80 mil, por exemplo, o investidor que conseguir poupar cerca de R$ 3 mil reais por mês e aplicar esse recurso numa renda fixa de 1% mensal, vai esperar 24 meses para juntar o valor necessário para comprar o carro.

O planejador financeiro João Bertelli, da A7 Capital, reforça que este tipo de investimento, por ter um objetivo específico – a compra de um carro -, deve ser feito através de aplicações conservadoras. Optar por investimentos mais sofisticados pode reduzir o prazo de compra, ou aumentá-lo, em cenários de desvalorização do mercado”, diz Bertelli.

Na outra ponta dos juros

Quando há pressa, porém, é normal optar pelo pagamento de juros quando o assunto envolve a compra de bens de maior valor agregado.

Neste caso, a dica é dar preferências às menores taxas e prazos mais curtos, pois, dependendo dos juros e do número de parcelas, um desconto inicial da Black Friday vai se perder ao longo do tempo.

Algumas promoções também focam nos parcelamentos, a exemplo da campanha do Peugeot. “Esse hatch tem um desconto muito bom no financiamento com 60% de entrada, vale a pena pagar parcelado”, diz a educadora financeira e idealizadora da EfincKids, Aline Soper.

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A promoção, no entanto, está limitada a 10 unidades para todo o Brasil e o que sobra são outras condições que devem ser avaliadas pelo consumidor. "Se o objetivo é trocar de carro por um mais novo, o valor do usado pode ser dado como entrada e se torna uma boa oportunidade", comenta Soper.

A Citroën, com o seu modelo de entrada C3, é outra montadora que baixou o preço, com o veículo saindo a R$ 67.990, um desconto de R$ 2 mil (-2,9%). O valor fica no patamar de preços do Renault Kwid (R$ 71.190) e Fiat Mobi (R$ 63.990). As condições especiais envolvem o financiamento, também com entrada de 60% e o restante em 72 vezes de R$ 599, valor e prazo que, no entanto, fazem quase dobrar o saldo devedor.

Em todos os casos é importante fazer simulações considerando a quantidade das parcelas. Mesmo com juros mais baixos, se o financiamento é longo, o valor total pago fica muito mais alto. "Planejamento é fundamental no momento de assumir uma dívida de longo tempo como nesses casos apresentados", diz a especialista.

Os veículos elétricos

Outra montadora francesa, a Renault, também vem com um desconto agressivo na versão elétrica do Kwid, um abatimento de R$ 16.500 em cima dos R$ 139.990 do carro (-12%).

O preço, no entanto, fica ainda acima do modelo de entrada da Caoa Chery iCar, de R$ 119.990, um valor R$ 10 mil abaixo do praticado há algumas semanas.

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Com a chegada da BYD no Brasil, o segmento de elétricos enfrenta maior concorrência. A marca chinesa entrante, aliás, está aproveitando a Black Friday para ofertar seguro grátis nos modelos Dolphin, o Yuan Plus e o Song Plus.

Fora dos elétricos, os carros com valores um pouco mais altos correm por fora das promoções. O Creta, da Hyundai, no entanto, é o campeão dos SUVs, quando o assunto é redução no preço.

Na opção Limited com motor 1.0 turbo (nova geração), o SUV baixou R$ 11.600 e agora custa R$ 134.790 (8% mais barato). O Creta Action 1.6 e visual antigo sai de R$ 116.990 por R$ 103.990 - R$ 13 mil de desconto (9%).

Juros x Black Friday

Outra estratégia do setor para atrair a clientela são os juros zero. Neste caso, vale lembrar que, por trás de um parcelamento, há sempre uma instituição financeira que provê o serviço. E esse custo nunca é zero.

Para evitar cair na pegadinha, o consumidor deve perguntar qual o custo efetivo total (CET) da operação. "Quando a loja fala de juros zero, é porque não vão ter os juros de interesse bancário naquela operação.No entanto, haverá incidência do IOF, taxa administrativa, taxa de abertura e outras", diz João Bertelli, planejador financeiro CFP e sócio da A7 Capital.

Por fim, antes de fechar o negócio, há uma outra reflexão. Há vantagem em aproveitar as promoções da Black Friday, levando em consideração o atual ciclo de queda de juros no Brasil?

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O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que o corte na Selic de 0,5 ponto porcentual é apropriado para as próximas duas reuniões. Confirmada a expectativa, os juros básicos estariam em 11,25% ao ano no final de janeiro de 2024.

"Se a tendência é de queda, eu esperaria um pouco mais para comprar uma carro porque vamos encontrar uma condição de crédito melhor em um futuro próximo", diz Oliveira, da Anefac. "Os juros têm um papel importante no longo prazo, especialmente em produtos de alto valor."

Como as taxas na compra de veículo são prefixadas, quando o BC reduz a Selic, o consumidor pode ficar preso a taxas maiores. Para minimizar esse risco, a recomendação dos especialistas é optar por um financiamento com taxas pós-fixadas, atreladas ao CDI.

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