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Como a decisão do Fed afeta a renda fixa?

Os ajustes nas taxas de juros pelo Federal Reserve influenciam a rentabilidade e a valorização de títulos

Como a decisão do Fed afeta a renda fixa?
Como a decisão do Fed afeta a renda fixa? Foto: Adobe Stock

Na última quarta-feira (18), o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) anunciou uma redução de 50 pontos-base nas taxas dos Fed funds, que agora variam entre 4,75% e 5,00% ao ano. Mas, como essa decisão afeta a renda fixa?

A política monetária do Fed, o banco central dos Estados Unidos, tem uma influência direta sobre os mercados globais, inclusive sobre a renda fixa. As decisões da entidade em relação à taxa de juros impactam a dinâmica dos títulos públicos, privados e de outros investimentos atrelados a esse segmento, afetando investidores no Brasil e no mundo.

O papel do Fed e a renda fixa

Segundo o Investalk, portal de notícias do Banco do Brasil, o Fed ajusta as taxas de juros com o objetivo de controlar a inflação e promover o crescimento econômico. Quando a economia americana dá sinais de superaquecimento, o banco central tende a aumentar a taxa de juros para conter o consumo e a pressão inflacionária. Por outro lado, quando a economia enfrenta desaceleração, o Fed pode optar por reduzir os juros para estimular a demanda.

Essas mudanças nas taxas de juros afetam diretamente a renda fixa, uma vez que os títulos desse tipo, como os títulos do Tesouro americano (considerados os mais seguros do mundo), são diretamente influenciados pelas variações no custo do dinheiro.

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Quando o Fed eleva as taxas, os rendimentos dos novos títulos tendem a subir, pois o mercado demanda um prêmio maior para compensar o risco de manter ativos com retorno fixo em um ambiente de maior custo de capital.

A relação entre os juros e o preço dos títulos é inversa. Quando o Fed aumenta as taxas de juros, os títulos de renda fixa já existentes, que oferecem uma taxa menor, perdem valor. Isso ocorre porque os investidores preferem adquirir novos títulos, que oferecem uma remuneração superior, forçando a queda no preço dos papéis mais antigos.

Por outro lado, em um cenário de corte de juros, os títulos emitidos anteriormente, com taxas mais elevadas, tornam-se mais atraentes, valorizando-se no mercado secundário.

Reflexo no Brasil e nos investimentos locais

No Brasil, as decisões do Fed são acompanhadas de perto, especialmente por investidores que atuam em renda fixa. Isso porque o mercado de títulos americanos é considerado um dos mais seguros do mundo, e qualquer alteração significativa nas suas taxas impacta o fluxo de capitais para economias emergentes, como a brasileira.

Quando o Fed eleva os juros, a atratividade de títulos americanos aumenta, o que pode provocar uma saída de recursos de mercados emergentes, como o Brasil, em direção aos Estados Unidos. Isso pode pressionar a alta do dólar e, eventualmente, forçar o Banco Central brasileiro a ajustar sua própria política monetária, elevando a Selic (taxa básica de juros do Brasil).

Para o investidor brasileiro em renda fixa, isso significa que, em cenários de alta de juros pelo Fed, os rendimentos dos títulos públicos nacionais também tendem a ser ajustados para manter a competitividade frente aos títulos estrangeiros.

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Colaborou: Gabrielly Bento.