Falar sobre finanças com seus pais. Foto: Adobe Stock
Falar sobre dinheiro ainda é um grande tabu em muitas famílias brasileiras. De acordo com uma pesquisa recente da Ramsey Solutions, finanças estão entre os assuntos mais desconfortáveis para se discutir com familiares e amigos, perdendo apenas para relacionamentos, religião e política. Mas, quando o tema envolve pais idosos, o silêncio pode custar caro.
Mas, por que conversar sobre finanças com pais idosos é tão importante?
Muitos filhos só descobrem detalhes da situação financeira dos pais quando alguma emergência acontece e, nessa hora, pode ser tarde demais.
Na realidade, poucos filhos sabem exatamente quanto os pais recebem, quanto têm guardado ou se enfrentam dívidas. Essa falta de informação pode ser perigosa, especialmente quando não há um planejamento financeiro estruturado ou acompanhamento regular.
Como começar a falar sobre finanças sem causar atrito?
Segundo especialistas ao AOL, a chave para se falar sobre dinheiro está em preparação e empatia. Confira 3 dicas para falar a respeito sem causar atrito:
Defina seus objetivos: antes de iniciar a conversa, reflita sobre o que você espera, como: garantir que as contas sejam pagas em dia? Discutir planos de longo prazo? Saber onde estão documentos importantes?;
Escolha o momento certo: uma visita tranquila em família é melhor do que um ambiente tenso. Mostrar preocupação genuína, e não controle, faz toda a diferença;
Faça perguntas abertas: perguntas como “Você tem um plano de cuidados, caso precise?” ou “Onde estão guardados seus documentos importantes?” ajudam a abrir espaço para o diálogo.
Quais são os quatro grandes temas que você precisa abordar?
Gestão do dia a dia financeiro: como os pais pagam as contas? Têm dívidas? Estão cientes de golpes comuns contra idosos?;
Custos com saúde e seguros: pergunte sobre planos de saúde, seguros e possíveis despesas futuras é fundamental;
Planejamento patrimonial: faça testamento, procuração e diretiva médica. Todos esses documentos evitam disputas judiciais e dores de cabeça em caso de incapacidade ou falecimento;
Planos de moradia para o futuro: nem sempre será possível viver em casa por toda a vida. Conversar sobre possíveis mudanças, como contratar cuidadores ou considerar residências assistidas, deve fazer parte da pauta.
Como criar um plano financeiro conjunto com seus pais?
Crie lembretes para pagamentos de contas em atraso;
Monitore sinais de golpes ou gastos incomuns com ajuda do banco;
Mantenha conversas regulares, mesmo que breves, para atualizar informações e decisões;
Evite imposições, respeite os hábitos financeiros dos seus pais e proponha mudanças apenas quando realmente necessárias.
E quando a conversa sobre finança se tornar difícil?
Ao falar sobre finanças, se os seus pais ficarem na defensiva ou desconfortáveis, mostre respeito e preocupação, não insistência. Se possível, use exemplos reais de conhecidos que enfrentaram problemas por falta de planejamento. Ou, se necessário, envolva um terceiro de confiança como um advogado ou consultor financeiro.