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Inflação dos EUA tem alta: como fica o preço do dólar no Brasil?

As variações no preço do dólar, comparado ao real, podem afetar a economia brasileira de diferentes maneiras

Inflação dos EUA tem alta: como fica o preço do dólar no Brasil?
Inflação dos EUA tem alta: como fica o preço do dólar no Brasil? Foto: Adobe Stock

As variações do dólar, a moeda dos Estados Unidos, são bastante observadas por investidores e economistas do mundo todo, já que a sua oscilação pode impactar diretamente diversas esferas econômicas – como o barateamento ou encarecimento de um produto, por exemplo.

Por isso, algo que chamou a atenção na última quarta-feira (11) foram os dados sobre a inflação dos EUA, divulgados pelo Departamento do Trabalho do país. O indicador sobre o aumento nos preços de bens e serviços subiu 0,2% em agosto, comparado com o mês de julho.

Nesse cenário, o banco central estadunidense, chamado de Federal Reserve (Fed), pretende fazer um corte de juros no percentual de 0,25,que deve acontecer na próxima reunião marcada para 18 de setembro. No Brasil, a medida pode impactar os investimentos no Ibovespa – índice sobre o desempenho de ações – e o preço do dólar, em relação ao real – moeda brasileira.

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Em entrevista ao E-Investidor, André Valério, economista sênior do Inter, destacou que esse contexto não foi tão positivo quanto o Fed esperava, já que há “alguns sinais de persistência inflacionária, como o aumento, na margem, da difusão da inflação”.

Mas, afinal, como a inflação dos EUA afeta o preço do dólar no Brasil?

O efeito da inflação dos EUA no preço do dólar no Brasil pode ter cenários econômicos bem distintos, tanto positivos quanto negativos. Para isso, o E-Investidor consultou alguns especialistas.

Felipe Corleta, da GTF Capital, por exemplo, explicou que se esse corte de juros acontecer em meio a uma economia resiliente, a medida é bastante favorável. Isso porque a liquidez da renda fixa americana será removida e direcionada para outros mercados, com rentabilidades e taxas maiores – como o brasileiro.

“Por outro lado, se esse ciclo de corte dos juros ocorrer em um cenário de recessão econômica, a queda dos preços das commodities e a fuga de ativos de risco, por parte dos investidores, podem levar a altas do dólar no Brasil”, disse.

Ainda, Felipe ressaltou que como não há um trabalho com um alvo para o câmbio, é possível que o dólar feche o ano entre R$ 5,40 e R$ 5,70.

Para Gabriel Meira, da Valor Investimentos, se o Brasil ter uma entrada de fluxo estrangeiro, devido aos cortes de juros do Fed, a moeda dos EUA pode encerrar o ano cotado a R$ 5,40. Caso contrário, a expectativa é que o preço seja de R$ 5,70.

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Já para o especialista em mercado da mesa proprietária Star Desk, Felipe Sant’ Anna, o dólar deve fechar em R$ 5,50. Porém, se o mercado começar a temer uma recessão nos EUA, a moeda pode terminar o ano cotada a R$ 5,70.

Qual o balanço geral sobre o preço do dólar no Brasil?

Segundo os analistas, após as atividades do banco central dos EUA, estima-se um dólar a R$ 5,40. Aliás, esse preço representa uma queda de 4,42%, comparado com o fechamento de terça-feira (10), quando a moeda encerrou o pregão a R$ 5,65. Já o valor máximo, de R$ 5,70, indicaria uma alta de 0,88%.

Ao observar a projeção desta quinta-feira (12), por exemplo, a taxa de conversão indica o valor do dólar a R$ 5,63.

Colaborou: Jennifer de Carvalho.