Com o crescimento do modelo de clube-empresa, o mercado do futebol ganha uma nova dinâmica, ampliando o leque de temas discutidos por torcedores e investidores, que agora acompanham de perto as estratégias de aquisição e gestão de equipes no cenário esportivo. Mas, afinal, quanto custa comprar um clube de futebol?
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Os valores para adquirir clubes de futebol variam amplamente, dependendo de fatores como a liga em que atuam, a história do time e sua base de torcedores. De acordo com o blog The Elastico, clubes do topo da Premier League, como Manchester United e Chelsea, são os mais caros, podendo ultrapassar bilhões de libras.
Por outro lado, times menores em divisões inferiores custam consideravelmente menos, tornando-se opções mais acessíveis para investidores.
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Para se ter uma ideia, clubes considerados “Top 6” da Premier League têm valores estimados a partir de £ 3,1 bilhões, aproximadamente R$ 22,6 bilhões.
O Chelsea, por exemplo, foi vendido por £ 4,5 bilhões, cerca de R$ 32,8 bilhões, em 2022 devido à sua localização em Londres e ao sucesso recente, enquanto o Manchester United foi avaliado em aproximadamente R$ 35 bilhões, em 2023, graças à sua história e à base global de fãs.
Nas divisões inferiores, os valores são menores. Já os clubes médios do Championship, como o Cardiff City, podem ser adquiridos por valores entre £ 35 milhões e £ 50 milhões (aproximadamente R$255,8 milhões e R$ 365,5 milhões).
Além dos valores de compra, fatores como a situação financeira do clube, sua localização, participação em competições e ativos, como estádios próprios, também influenciam o custo final.
Quanto custam os 5 principais clubes brasileiros?
O mercado do futebol brasileiro continua em expansão. Segundo pesquisa do Sports Value, em 2023, o Flamengo lidera o ranking como o clube mais valioso do Brasil, avaliado em impressionantes US$ 922 milhões, aproximadamente R$ 5,3 bilhões.
Logo atrás, o Palmeiras ocupa o segundo lugar, com um valor de US$ 729 milhões, cerca de R$ 4,2 bilhões, refletindo sua gestão eficiente e o sucesso dentro de campo nos últimos anos.
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Em terceiro, o Corinthians se destaca com um valor estimado em US$ 627 milhões (aproximadamente R$ 3,6 bilhões), sustentado por sua enorme base de torcedores e força comercial.
O Atlético-MG, que adotou o modelo de Sociedade Anônima do Futebol (SAF), aparece na quarta posição, custando cerca de US$ 603 milhões (R$3,47 bilhões), evidenciando o impacto positivo dessa transformação na valorização do clube. Já o São Paulo completa o top 5, com US$ 452 milhões, valendo aproximadamente R$ 2,6 bilhões.
Por que comprar um clube de futebol pode ser um bom negócio?
Comprar um time de futebol pode parecer, à primeira vista, uma decisão puramente emocional ou até mesmo de status.
De acordo com Dan Jones, líder do Sports Business Group da Deloitte Consulting, ser dono de um clube de futebol é uma maneira de demonstrar status como empresário. Além disso, como explicou Simon Wilson, da consultoria Zolfo Cooper, a posse de um clube oferece vantagens comerciais, como o uso de camarotes para encontros com potenciais clientes.
Os proprietários de clubes de futebol geram receita de diversas maneiras, explorando múltiplos fluxos financeiros que envolvem tanto a performance esportiva quanto a gestão comercial do time.
Entre as principais fontes de lucro estão as vendas de jogadores, onde transferências podem render grandes somas, e a venda de ingressos, especialmente em jogos de alto perfil ou competições internacionais.
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Além disso, as mercadorias e licenciamento de produtos do clube também são uma fonte significativa de receita, com torcedores consumindo camisas, acessórios e outros itens. A participação em torneios e conquistas de troféus também contribui para o caixa do clube, com premiações e o aumento de visibilidade nas ligas mais prestigiadas.
Apesar das oportunidades, o mercado de clubes de futebol é altamente volátil. Como destacou o The Wall Street Journal, os rebaixamentos podem ser desastrosos para os proprietários. Como o exemplo do, Newcastle United, que enfrentou dificuldades financeiras e de valorização após cair para a Championship e o Portsmouth FC, que entrou em falência em 2010.
Colaborou: Renata Duque.