Veja o que esperar da operação do dólar em 2025. (Foto: Adobe Stock)
O dólar inicia a semana no campo positivo com uma alta de 0,67%, a R$ 5,4344. Os ganhos do câmbio refletiram as expectativas dos investidores com a reunião do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenski, em Washington que buscou discutir um possível acordo de paz entre Rússia e Ucrânia. O encontro contou ainda com a presença de líderes europeus e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Veja mais detalhes aqui.
O mercado aguarda ainda a ata do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), nesta quarta (20), e as declarações de Jerome Powell, presidente do Fed, no simpósio de Jackson Hole, organizado pelo Fed de Kansas City, previsto para acontecer nesta sexta-feira (22). As falas de Powell podem dar pistas sobre os próximos passos da política monetária dos EUA.
“A dúvida é se o Fed confirmará a aposta do mercado em três reduções ainda em 2025, começando em setembro”, diz Diego Costa, head de câmbio para o Norte e Nordeste da B&T XP.
Vale lembrar que, na última semana, as apostas para o início do corte de juros americanos em setembro ganharam ainda mais força após a divulgação dos dados de inflação ao consumidor americano (CPI, na sigla inglês) que foram divulgados na terça-feira passada (12).
Em julho, o indicador econômico subiu 0,2% em comparação ao mês anterior, em linha com as projeções do mercado.O resultado, somado aos dados fracos do mercado trabalho que foram divulgados no início do mês, reforça a necessidade de mudanças na condução da política monetária do país, que mantém as taxas de juros nos intervalos de 4,25% e 4,5% ao ano.
“O dólar avançou frente ao real em um ambiente de maior aversão ao risco, sustentado pela valorização global da moeda americana em meio às incertezas geopolíticas envolvendo a guerra na Ucrânia e a reunião em Washington entre líderes ocidentais”, analisa Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad. “O quadro doméstico reforça a pressão, com a queda do IBC-Br sinalizando desaceleração da atividade e fortalecendo expectativas de corte na Selic em 2025, reduzindo a atratividade do real. Além disso, a fraqueza do minério de ferro e a instabilidade do petróleo ampliam o movimento, enquanto ruídos nas negociações comerciais com os Estados Unidos ainda adicionam cautela ao câmbio. Ainda assim, o fluxo positivo de investidores estrangeiros para a Bolsa limita parte da pressão e ajuda a conter maior desvalorização do real.”
No Brasil, o foco continua sobre as tensões comerciais com os Estados Unidos. Nesta segunda-feira (18), o governo brasileiro enviará a sua defesa à investigação do Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos (USTRT) que acusa o País de práticas ilegais desleais em etanol, desmatamento, anticorrupção, tarifas, propriedade intelectual e comércio digital, incluindo o Pix.
Na sexta-feira (15), a moeda americana fechou o dia com uma queda de 0,35%, cotado a R$ 5,39.
Com informações de Silvana Rocha e Luciana Xavier, do Broadcast*