

Por Daniel Rocha
15/07/2025 | 9:48 Atualização: 15/07/2025 | 14:58

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O dólar hoje enfrenta volatilidade na sessão de terça-feira (15) com o mercado atento aos conflitos diplomáticos causados pelas tarifas de importação dos Estados Unidos, dados da inflação americana e às negociações em torno do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Na abertura, por volta das 9h (de Brasília), o câmbio era negociado com queda de 0,06%, cotado a R$ 5,5810. Já o início da tarde, às 13h30 (de Brasília), a divisa americana inverteu o sinal e passou a subir 0,13%, cotada a R$ 5,592 na venda. No entanto, voltou novamente a operar no negativo com uma leve queda de 0,07%, a R$ 5,580.
A oscilação da moeda reflete a cautela dos investidores que aguardam novos desdobramentos da agenda tarifária de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos. Na segunda (14), além da taxa de 30%, os EUA anunciaram uma tarifa de 17,09% sobre a maioria das importações de tomate do México. A nova cobrança faz parte da decisão do governo americano em se retirar de um acordo de 2019 que suspendia a taxação do produto.
Já nesta manhã, o mercado digeriu os dados da inflação americana de junho que apresentaram um aumento de 0,3%. No mês anterior, o índice havia subido apenas 0,1%. O resultado, segundo André Valério, economista sênior do Inter, veio dentro do esperado, mas ainda não apresentou sinais evidentes do impacto das tarifas sobre a economia americana. “Ainda não há sinais significativos de repasse tarifário, mas nota-se uma aceleração na inflação de bens, que alcançou o maior valor desde fevereiro”, diz Valério.
Apesar disso, o resultado não permite ao Fed (Fed, o banco central dos EUA) dar início ao ciclo de queda de juros na próxima reunião, prevista para o dia 30 de julho. A mudança é bastante aguardada pelo mercado que convive com juros nos intervalos de 4,25% e 4,50% ao ano. “Trump também manteve críticas ao presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, defendendo juros abaixo de 1%, o que aumenta a volatilidade global”, diz Bruno Nascimento, Gerente de relacionamento da B&T XP.
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Por aqui, o governo brasileiro publicou no Diário Oficial da União o decreto, responsável por regulamentar a lei da reciprocidade econômica. A legislação, aprovada pelo Congresso Nacional, prevê retaliações e a suspensão de acordos comerciais, de investimentos e de obrigações relativas a direitos de propriedade intelectual. A ideia do governo é utilizá-la como alternativa caso o Brasil não consiga um acordo até o dia 1º de agosto com os EUA sobre as tarifas de 50% para os produtos brasileiros.
Em paralelo, o comitê interministerial montado pelo Poder Executivo para analisar o tarifaço de Trump começa a se reunir a manhã. O grupo reúne, além integrantes do Poder Executivo, representantes dos setores econômicos atingidos. Fica no radar também a audiência de conciliação no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Segundo informações do Broadcast, o acordo entre o Poder Executivo e o Poder Legislativo pode resultar na retirada do risco sacado do decreto editado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Na sessão de segunda-feira (14), o dólar encerrou o dia com uma alta de 0,66%, cotado a R$ 5,5842, maior valor de fechamento desde 5 de junho (R$ 5,5845).
Com informações do Broadcast
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