3R Petroleum (RRRP3) capta R$ 500 milhões em debêntures

A 3R Petroleum fechou uma captação de US$ 500 milhões em debêntures junto ao BTG Pactual para concluir a aquisição do Polo Potiguar da Petrobras, por US$ 1 bilhão. Os outros US$ 500 milhões foram obtidos junto a um pool de bancos em agosto, em operação liderada pelo Morgan Stanley, e serão liberados com o fechamento da operação de Potiguar.

Este é o principal ativo adquirido pela 3R e vai dobrar a produção atual da companhia, que em setembro atingiu 17,67 mil barris de óleo equivalente (boe).

Com as debêntures, a 3R encerra o ciclo de captação de recursos no mercado e parte para absorção dos nove ativos adquiridos nos últimos três anos, seis deles com transações já totalmente concluídas. Em novembro de 2020, a 3R estreou na bolsa com uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) que movimentou R$ 690 milhões. Outras duas ofertas subsequentes foram realizadas nos anos seguintes, somando R$ 2,8 bilhões.

A perspectiva é de que nos próximos três anos nenhuma nova operação de grande porte aconteça, tampouco aquisição relevante. Com a contração destas duas dívidas, a 3R equaciona uma composição de capital em 55% de ações e 45% de dívida, a qual pretende manter nos próximos anos.

As debêntures vencem em 5 anos, podem ser pré pagas em 24 meses e são remuneradas por uma taxa de 7,5% somado à taxa de referência SOFR (que irá substituir a Libor). O juro é pago no vencimento somente. A taxa supera a tomada no empréstimo junto aos bancos, onde a remuneração foi de 6,25% somado ao SOFR. Participaram desse crédito, além do Morgan Stanley, o Banco do Brasil, Citibank, Deutsche Bank; HSBC México; Itau BBA e Banco Santander.

Essa linha pode ser pré-paga em 12 meses. A perspectiva de tomar recursos no mercado de dívida internacional, por meio da emissão de bonds, foi estudada, mas o custo da debênture acabou ficando menor, mesmo considerando o câmbio, disse uma fonte.

A 3R é operadora dos Polos Macau, Areia Branca, Fazenda Belém, Rio Ventura, Recôncavo e Peroá e detém participação de 35% no Polo Pescada (operado pela Petrobras). A companhia deve ter sua produção elevada para 42 mil barris de óleo equivalente (boe) a partir de março de 2023, quando não só Potiguar, que produziu 17 mi barris de óleo equivalente em setembro, mas outros dois ativos adquiridos da Petrobras (Pecada e Papa Terra), estarão incorporados ao grupo.

Com essa produção, as métricas de receita e lucro devem melhorar, assim como a nota de crédito da companhia, trazendo a possibilidade de troca de ambas as dívidas serem trocadas por outras, de custo mais baixo.