Ações de cannabis disparam após Trump defender benefícios do CBD para idosos
Papéis de Tilray, Aurora Cannabis e Canopy Growth saltam em Nova York após o ex-presidente Donald Trump destacar o potencial do canabidiol (CBD) na saúde da população idosa
Donald Trump impulsiona setor de cannabis ao destacar potenciais benefícios do CBD para idosos, fazendo ações dispararem em Nova York. (Foto: Adobe Stock)
As ações de empresas ligadas a cannabisdispararam na segunda-feira (29) após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, defender publicamente os potenciais benefícios do canabidiol (CBD), um derivado da planta, para a saúde de idosos, de acordo com a “Reuters”.
Em uma publicação no Truth Social no domingo (28), Trump afirmou que o Canabidiol (CBD) poderia “revolucionar a saúde dos idosos” ao ajudar a reduzir a progressão de doenças e se apresentar como alternativa a medicamentos prescritos.
O comentário impulsionou fortemente o setor, historicamente marcado por alta volatilidade.
Na bolsa de Nova York, os papéis da Tilray Brands (TLRY.O) saltaram 42%, os da Aurora Cannabis (ACB.TO) avançaram 25,4%, Canopy Growth (WEED.TO) ganhou 18,3% e Cronos Group (CRON.TO) subiu 15,5%.
Fundos negociados em bolsa também se beneficiaram: o AdvisorShares (MSOS.P) disparou 21,8% e o Roundhill avançou 21,6%, ambos a caminho de registrar os maiores ganhos trimestrais da história, superando 70% no acumulado.
Ben Laidler, chefe de estratégia de ações do Bradesco BBI, afirmou:
MSOS, o maior ETF [Exchange Traded Fund] dos EUA focado em maconha, está se beneficiando do apoio inesperado do presidente Trump aos potenciais benefícios do CBD. Qualquer apoio já ajuda bastante esse setor listado, que enfrenta dificuldades.
O movimento de Trump se soma a um debate mais amplo sobre a política de drogas no país. Durante seu primeiro mandato, a aprovação da Lei de Melhoria da Agricultura já havia flexibilizado regras sobre o uso comercial de cânhamo e derivados de CBD.
Ainda assim, a maconha permanece classificada como substância de Classe I pela Lei de Substâncias Controladas, o que significa “alto potencial de abuso” e ausência de uso médico aceito.
No governo anterior, Joe Biden havia solicitado ao Departamento de Saúde e Serviços Humanos que revisasse essa classificação. A agência recomendou rebaixar a maconha para a Classe III, categoria de drogas com potencial moderado a baixo de dependência. Trump, por sua vez, já havia sinalizado que planejava apoiar a reclassificação.
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“Isso não significa legalizar a droga, mas reduz alguns dos encargos sobre as empresas”, explicou Daniela Hathorn, analista sênior de mercado da Capital.com. “Acredito que ainda há espaço para essas ações subirem mais, se a reclassificação for confirmada”, disse.
Entre os impactos possíveis, a mudança eliminaria o ônus tributário da Seção 280E, que impede empresas de cannabis de usufruírem de deduções fiscais padrão.
A medida também abriria espaço para que companhias listem ações em bolsas dos EUA e ampliem a atração de investidores institucionais. Além disso, poderia ajudar a reduzir o descompasso entre as legislações estaduais e federais – hoje, a cannabis é legal em alguma forma em quase 40 estados.
Apesar do entusiasmo recente, as ações do setor têm oscilado fortemente em 2025. A Canopy Growth perdeu quase metade de seu valor no ano, enquanto Cronos e SNDL acumulam ganhos acima de 50%.
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Para empresas como a própria Canopy, sediada em Ontário, o apoio político renova expectativas: “Estamos encorajados pelo reconhecimento do governo dos EUA do papel potencial da cannabisna saúde e bem-estar dos idosos”, afirmou um porta-voz. “Estamos prontos para participar de forma significativa à medida que o caminho regulatório se torne mais claro.”