Copom define a política monetária no País. (Foto: Adobe Stock)
A decisão surpreendente do Comitê de Política Monetária (Copom) de elevar a Selic em 1 ponto porcentual, de 11,25% para 12,25% ao ano, não deve acelerar o movimento de migração de recursos de fundos multimercado ou de ações para os de renda fixa. O efeito deve ser apenas de uma continuidade para esse movimento ao longo dos próximos meses, principalmente aos pós-fixados, segundo avaliação de Fernando Donnay, sócio responsável pelas área de Funds of Funds da G5 Partners.
“Entramos o ano achando que fecharíamos 2024 com juros abaixo do fechamento de 2023. Durante o ano as expectativas foram alteradas aos poucos. Agora já estamos vendo juros sendo precificado na curva a 15%”, lembra Donnay. “Toda vez que temos uma taxa de juros em patamares mais altos, a gente vê um efeito no mercado com investidores mais avessos a risco e buscando classes com mais proteção. Esse era um movimento que já vinha acontecendo”, destaca.
A alta da Selic anunciada na última quarta-feira (11) superou a mediana do mercado, de 0,75 ponto porcentual, pela primeira vez desde outubro de 2021.
De acordo com dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), em 2024, os fundos de renda fixa estão com captação líquida positiva em R$ 334,2 bilhões, enquanto os fundos multimercados apresentam resgate líquido de R$ 332,9 bilhões. Os fundos de ações apresentam resgate líquido de R$ 8,241 bilhões no ano.