A troca de comando anunciada pela Ambev (ABEV3) na terça-feira (27), com Jean Jereissati assumindo as operações da Zona da América Central e a chegada de Carlos Lisboa, é vista como positiva para o Citi.
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Em relatório, os analistas Renata Cabral, Tiago Harduim, Simon Hales, Tomás Dragicevic e Carolina Zelaya destacam que Jereissati é CEO da Ambev há quase cinco anos e, sob sua liderança, a cervejaria intensificou iniciativas de agregação de valor, como Zé Delivery e Bees, e lançou marcas de sucesso como Spaten e Brahma Duplo Malte, e também colocou a Corona em um ponto positivo.
Já Lisboa, que atualmente toca as operações da Zona da América Central, traz um valioso conjunto de habilidades para a mesa, como ex-CEO da LAS e Canadá, e sendo responsável pelo lançamento da Skol em 2001.
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“Acreditamos que essa troca de papéis entre Jereissati e Lisboa traz insights positivos para ambas as regiões, pois os aprendizados e experiências do mercado mexicano podem ter leituras cruzadas positivas para o Brasil“, afirmam.
Os analistas consideraram ainda o movimento interessante diante de discussões sobre o cenário da empresa incorporando o México e a Colômbia sob a estratégia de alavancagem para otimização da alocação de capital.
Os profissionais calculam que as ações da Ambev são negociadas com múltiplos de 12,5 vezes o Preço/Lucro (P/L) previsto para 2025, um desconto em relação aos pares.
O Citi tem recomendação de compra para Ambev, com preço-alvo de R$ 15,50 para as ações da companhia, o que representa um potencial de valorização de 19% sobre o fechamento do papel no pregão de terça-feira (27).
Outras análise sobre troca de comando na Ambev
XP
A rotação de executivos está incorporada à cultura da AB InBev (ABI) e portanto, a expectativa é de que a troca no comando da Ambev não trará nenhuma ruptura no dia a dia da empresa, avalia a XP.
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Em relatório, os analistas Leonardo Alencar, Pedro Fonseca e Samuel Isask destacam que embora não seja esperada, a ampla experiência do Carlos Lisboa, incluindo sua função atual como CEO da maior operação de volume da ABI e cargos anteriores como CMO da AmBev e VP de Marketing para as marcas globais da ABI, sugere continuidade nas iniciativas estratégicas recentes.
“Em nossa opinião, os esforços contínuos da Ambev para otimizar seu portfólio e aumentar o reconhecimento da marca provavelmente persistirão sob a nova liderança. Esperamos uma reação neutra para as ações”, afirmam.
Bradesco BBI
Embora a notícia de que Jean Jereissati deixará a posição de CEO da Ambev após um mandato de cinco anos, sendo substituído pelo Carlos Lisboa, tenha pego o Bradesco BBI de surpresa, o banco reconhece que a alternância de cargos é uma prática comum na Ambev e na AB InBev (ABI), refletindo a cultura organizacional de ambas.
Em relatório, os analistas Henrique Brustolin e Pedro Fontana apontam que historicamente a média de permanência de um CEO na Ambev é de cinco anos, o que para o BBI evidencia o esforço do grupo em promover o desenvolvimento de carreiras para seus executivos de destaque. “Considerando a importância estratégica das divisões da Ambev e da Middle Americas Zone (Maz) para a ABI, a movimentação se alinha a essa prática”, avaliam.
O Bradesco BBI lembra que sob a liderança de Jereissati, houve uma mudança cultural significativa na empresa, adotando uma perspectiva mais focada no consumidor e uma abordagem de longo prazo na construção de marcas e no fortalecimento da indústria cervejeira.
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Apesar da lucratividade ainda não ter alcançado os picos históricos, a mudança nas preferências dos consumidores e o aumento da competitividade justificam. “Os esforços recentes melhoraram a posição competitiva da Ambev, com um portfólio de marcas fortalecido, recuperação da participação de mercado e estabilização das margens. Além disso, o banco avalia que o sucesso do BEES e do Zé Delivery também contribuiu para aproximar a Ambev de seus clientes e consumidores”, dizem.
O Bradesco BBI lembra que Lisboa, por sua vez, liderou a MAZ, que passou a representar uma parcela significativa dos volumes e do Ebitda (lucro antes de juros, depreciação, amortização e impostos) consolidado da ABI. Sua trajetória está ligada ao marketing e à construção de marca, elementos cruciais para os desafios e oportunidades da Ambev.
A Ambev, anteriormente vista como exportadora de talentos para a ABI, viu essa percepção mudar com a nomeação de Jean em 2019, Lucas Lira em 2020 como CFO, e agora Lisboa, atenuando críticas anteriores. A expectativa do BBI é de que as recentes mudanças reforcem a continuidade das estratégias que a Ambev vem adotando nos últimos anos.
BTG
O BTG Pactual avalia que a troca de liderança da Ambev ocorre em um momento bastante decisivo, em que o preço do litro de cerveja tem alcançado novos recordes históricos e que os concorrentes têm se esforçado cada vez mais para aumentar volumes.
Em relatório, os analistas Thiago Duarte e Guilherme Guttilla destacam que a preferência pelas marcas do portfólio da Ambev ainda parece estar atrás de sua participação de mercado, e consideram que “chegou a hora de a empresa provar se ainda possui poder de precificação em meio a um cenário competitivo muito mais acirrado”.
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Eles acrescentam que o reposicionamento do portfólio e as ferramentas digitais agora serão testados de maneira nunca antes vista, e ressaltam não acreditar que ocorrerão grandes mudanças na forma como a Ambev enfrentará esses desafios com Carlos Lisboa no comando.
No entanto, navegar em uma ‘guerra de preços’ no mercado de cerveja enquanto se gerencia flutuações de participação de mercado não é uma tarefa fácil, escreve o BTG, e, por isso, aguardam mais comentários sobre os planos e perspectivas da Ambev em breve.
O banco acrescenta que “o risco-retorno da ação com base no valuation (valor do ativo) e nos fundamentos do mercado de cerveja é talvez o mais atraente em muito tempo”, mas reitera recomendação neutra para os papéis da empresa até que seja possível realmente ver o crescimento da Ambev reaceso. O banco tem preço-alvo de R$ 15, o que representa um potencial de valorização de 15,1% sobre o último fechamento.
Itaú BBA
Para o Itaú BBA, a transição entre Jean Jereissati e Carlos Lisboa no comando da Ambev deve ser “tranquila”, sem impactos nas operações da Ambev (ABEV3) ou na sua continuidade da estratégia de longo prazo.
* Com informações do Broadcast
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