A Ambipar (AMBP3) informou ao mercado na noite de quarta-feira (16) que a gestora Trustee reduziu sua participação acionária na empresa para 11,89% do capital social, o equivalente a 19.862.870 ações ordinárias.
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Em correspondência enviada à companhia, a gestora também comunicou a existência de instrumentos financeiros derivativos referenciados em ações, devidamente registrados no ambiente de Bolsa de Valores, que estão consolidados na participação acionária de 11,89%.
“Por fim, informamos ainda que não celebramos contratos ou acordos que regulem o exercício de direito de voto ou a compra e venda de valores mobiliários emitidos pela companhia”, ressaltou a Trustee em carta.
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Vale lembrar que a gestora chegou a deter 15,03% do capital social da Ambipar, conforme comunicado divulgado pela empresa em 9 de agosto. As movimentações da casa em relação aos papéis da companhia, no entanto, começaram antes: em 12 de julho, veio a primeira informação ao mercado de que a Trustee tinha alcançado 11.030.300 ações da Ambipar, o equivalente a 6,60% do capital social.
À época, a gestora sinalizou que a decisão representava “um estudo estratégico visando apurar a possibilidade de eventual intenção na participação do conselho de administração da companhia”.
Cerca de duas semanas depois, em 25 de julho, a casa anunciou um novo aumento de posição acionária na empresa, atingindo 11,03%, do capital social, o correspondente a 18.419.100 ações. Em comunicado, a gestora seguiu reforçando o desejo de recomendar nomes para o conselho da empresa de gestão ambiental. “Aproveitamos para reiterar nossa intenção na indicação de um ou mais membros para compor o conselho de administração da companhia”, disse.
Ao atingir a posição de 15,03%, a companhia aproveitou para reiterar o desejo de indicar dois novos nomes para integrar o conselho da Ambipar. “Oportunamente, também enviaremos um novo comunicado para a companhia para indicação dos nomes, bem como solicitação de Assembleia Geral Extraordinária de Cotistas para deliberarem sobre o tema”, reforçou a gestora à época.
Nos corredores da companhia, conforme mostramos nesta reportagem, o aumento de posição da Trustee foi visto com bons olhos. O pensamento era de que a experiência da casa poderia ajudar no plano de desalavancagem da empresa e melhorar a sua estrutura de capital.
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No pregão desta quinta-feira (17), o primeiro após o anúncio de redução da posição da Trustee, os papéis da Ambipar recuam 2,62% cotados a R$ 134,39, depois de oscilarem entre máxima a R$ 138,01 e mínima a R$ 127,02. Em outubro, os ativos acumulam perda de 1,91%.
Ações da Ambipar (AMBP3) disparam em 2024
As ações da empresa acumulam uma valorização impressionante em 2024, de 727,02%. O movimento foi iniciado ao final de junho e ganhou força após a notícia de que o CEO da empresa, Tércio Borlenghi Junior, havia ampliado sua participação acionária para 73,135% do capital social total e votante.
Posteriormente, o anúncio de que a Trustee também havia comprado mais ações da empresa contribuiu para ampliar o otimismo do mercado.
Com dois grandes players aumentando sua posição na Ambipar, a alta dos papéis foi impulsionada por um movimento de short squeeze. Basicamente, ele acontece quando investidores com posições vendidas (short) desfazem suas apostas na queda do papel e recompram a ação para zerar a posição. Isso acaba gerando um efeito em cadeia. Dessa forma, outros players que estão na mesma situação, ao verem os investidores desistirem de suas posições, fazem o mesmo, o que eleva a pressão de compra do ativo e faz seu preço disparar.