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Americanas (AMER3): acionistas de referência passam a deter mais de 50% do capital; entenda

A varejista, em recuperação judicial, informou a operação nesta quarta-feira (4). Saiba mais

Americanas (AMER3): acionistas de referência passam a deter mais de 50% do capital; entenda
Lojas Americanas (AMER3). (Foto: Adobe Stock)

A Americanas (AMER3), em recuperação judicial, informou que recebeu solicitação das afiliadas dos acionistas de referência, Cedar Trade LLC, Sawdog Holdings LLC e Samer Investment LLC, para exercício de 3.029.130 bônus de subscrição de suas titularidades emitidos como vantagem adicional aos subscritores das novas ações ordinárias, no âmbito do aumento de capital aprovado em Assembleia Geral Extraordinária em 21 de maio deste ano.

Com o exercício parcial do bônus de subscrição e imediatamente após o crédito das respectivas ações, os acionistas de referência, incluindo as afiliadas, passarão a deter ações de emissão da Americanas, representativas de porcentual superior a 50% do capital social e votante da companhia, conforme compromisso assumido no acordo de apoio à reestruturação, celebrado com credores em 27 de novembro de 2023.

O que aconteceu com a Americanas (AMER3)?

Na manhã de quinta-feira, 27 de junho, os ex-diretores da Americanas foram surpreendidos pela Operação Disclosure, da Polícia Federal (PF) em colaboração com o Ministério Público Federal (MPF) que está investigando a suposta participação dos antigos executivos da varejista nas fraudes contábeis de R$ 25,3 bilhões descobertas em janeiro de 2023.

Os agentes vasculharam 15 endereços ligados a ex-dirigentes da companhia no Rio de Janeiro e tinham ainda duas ordens de prisão preventiva, contra o ex-CEO Miguel Gutierrez e a ex-diretora Anna Christina Ramos Saicali.

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O rombo bilionário nas contas da varejista é considerado uma das maiores fraudes em uma empresa de capital aberto da história do Brasil.

O problema identificado estava no descasamento de operações de risco-sacado não registradas ou registradas incorretamente. Também conhecido como “forfait”, trata-se de uma operação em que uma empresa recebe os produtos ou serviços de um fornecedor de forma antecipada ao pagamento. Segundo a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), nessa modalidade de antecipação de recebíveis a companhia vendedora emite uma fatura que contempla o prazo a ser financiado pelo banco, porém não reconhece em sua contabilidade a venda pelo valor presente – com isso, consegue apresentar um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) maior.

Quando o rombo bilionário foi informado ao mercado, na noite do dia 11 de janeiro de 2023, esse descasamento já estaria ocorrendo há pelo menos sete anos.

O buraco nas contas da companhia levou a Americanas (AMER3) ao precipício: a varejista foi obrigada a entrar em um processo de recuperação judicial para renegociar as dívidas com os credores, enquanto viu suas ações dissolverem na Bolsa até valerem os atuais poucos centavos. E, nessa, levou todos os seus investidores junto.

* Com informações do Broadcast

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