A Azul (AZUL4) comunicou nesta quarta-feira (2) que mantém conversas com a TAP Portugal sobre a dívida que a empresa aérea portuguesa possui com a operadora brasileira. O caso está relacionado a um empréstimo de 90 milhões de euros feito à TAP em 2016, com vencimento em março de 2026.
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Em documento enviado ao mercado, a Azul respondeu a um pedido de esclarecimento da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) sobre notícias recentes veiculadas na imprensa. Na segunda-feira (30), o jornal O Globo publicou uma reportagem em que relata que a companhia brasileira estaria pressionando a TAP para o pagamento da dívida de 200 milhões de euros (cerca de R$ 1,2 bilhão).
Segundo o veículo, em julho deste ano a empresa teria notificado a aérea portuguesa pela primeira vez por não ter cumprido uma série de obrigações vinculadas ao empréstimo de 2016. A resposta da TAP à notificação teria desagradado a Azul, que pediu posteriormente para serem estabelecidos “parâmetros mínimos para um possível acordo” de forma a impedir “medidas adicionais”.
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No documento enviado ao mercado, no entanto, a companhia brasileira afirmou que as conversas com a empresa portuguesa estão acontecendo de maneira “amigável”. Também ressaltou que, até o presente momento, não há informações relevantes e de conhecimento da administração sobre o assunto que deveriam ser comunicadas aos investidores.
“Uma vez que a TAP Portugal não cumpriu integralmente com todas as cláusulas previstas no referido empréstimo, e tendo em vista as notícias recentes sobre uma eventual privatização da TAP, a Azul contratou um escritório de advocacia em Portugal para auxiliá-la nas conversas com a empresa, que incluem a possibilidade de antecipar o vencimento da dívida”, disse ainda a companhia.
O empréstimo para a TAP está reconhecido como “aplicações financeiras de longo prazo” nas demonstrações financeiras da Azul. Já no balanço da empresa portuguesa, essa operação foi classificada como dívida, fato que foi confirmado em assembleia da TAP e pela Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC), órgão regulador português.
Turbulências da Azul
A Azul vive momentos intensos na Bolsa brasileira, para dizer o mínimo. No final de agosto, surgiram rumores de que a empresa poderia entrar com pedido de Chapter 11 nos Estados Unidos (processo semelhante à recuperação judicial no Brasil).
A informação, no entanto, foi posteriormente negada pela empresa, que reconheceu, porém, estar em negociações ativas com seus principais stakeholders (partes interessadas em um negócio) para otimizar a estrutura de capital acordada no plano de otimização do ano passado.
Na atualização mais recente à CVM, a companhia destacou que os stakeholders têm se mostrado favoráveis às discussões, fazendo com que as negociações continuem avançando. A empresa ressaltou, contundo, não existir nenhum documento vinculante firmado. Dessa forma, os termos e condições de eventual reestruturação ainda estão sujeitos à discussão e definição pelas partes envolvidas.
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Em setembro, as ações da Azul dispararam 15,77% no acumulado do mês e registraram a segunda maior alta do Ibovespa no período. No ano, os papéis ainda tombam 61,02%.