A Moody’s rebaixou a classificação (rating) da Azul (AZUL4) de Caa1 para Caa2 em relatório divulgado na última sexta-feira (20). Segundo a agência americana, o rebaixamento acontece após a companhia apresentar uma forte queima de caixa, o que aumentou o risco de liquidez.
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A equipe americana comenta que a Azul gerou R$ 1,2 bilhão em EBIT, lucro antes de juros e Imposto de Renda, durante o primeiro semestre de 2024, mas as altas necessidades de capital de giro, o ônus da dívida e as despesas de capital levaram a uma queima de caixa acumulada de R$ 1,2 bilhão no mesmo período
“A posição de caixa da Azul caiu para R$ 1,4 bilhão no final de junho de 2024, de cerca de R$ 1,9 bilhão no final de 2023, e a empresa tem R$ 5,9 bilhões em obrigações financeiras e de arrendamento com vencimento no curto prazo. Consequentemente, o risco de liquidez da Azul aumentou, e a empresa precisará buscar renegociações adicionais com arrendadores e financiamento adicional para suprir suas necessidades de liquidez”, diz a Moody’s.
Riscos macroeconômicos afetam a Azul
Segundo a empresa de classificação, o rating Caa2 (CFR) da Azul reflete a exposição da aérea à volatilidade da indústria aérea e aos crescentes riscos macroeconômicos, combinados com suas métricas de crédito ainda fracas. Eles comentam também que a Azul tem um balanço altamente alavancado e cobertura de juros fraca, o que limita a geração de fluxo de caixa livre (FCF) da empresa.
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A Moody’s também argumenta que a capacidade da empresa de aumentar liquidez, refinanciar suas obrigações financeiras e controlar a queima de caixa ou as necessidades de caixa continuará sendo fundamental na avaliação de sua classificação.
“Por fim, a classificação captura a exposição intrínseca da empresa à volatilidade do preço do combustível e da moeda estrangeira. A Azul (AZUL4) tem uma posição comercial única no Brasil (Ba2 positivo) como a única transportadora em cerca de 80% de suas rotas, o que resulta em menor concorrência e forte poder de precificação”, aponta a Moody’s.