As ações da Azul (AZUL4) têm registrado dias positivos na Bolsa brasileira, para dizer o mínimo. Nas últimas três sessões, incluindo a desta terça-feira (17), os papéis lideraram os ganhos do Ibovespa. Hoje, terminaram o pregão em alta de 13,84% cotados a R$ 6,25, depois de oscilarem entre máxima a R$ 6,30 e mínima a R$ 5,35.
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De acordo com dados de Einar Rivero, CEO da Elos Ayta Consultoria, as ações da Azul registraram uma impressionante valorização de 54,2% entre os pregões de 12 e 17 de setembro, após atingirem seu menor preço histórico. Esse foi o melhor desempenho entre todas as ações que compõem o Ibovespa no período.
Com o desempenho, o valor de mercado da companhia passou a R$ 2,16 bilhões no fechamento desta terça-feira, um incremento de R$ 761 milhões em relação ao valor registrado em 12 de setembro.
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Por trás desse salto, estão indicativos de que a companhia aérea está próxima de fechar um novo acordo com credores. Uma reportagem da Reuters publicada na última sexta-feira (13) sugeriu que a Azul estaria oferecendo ações para quitar uma dívida de cerca de US$ 600 milhões. As informações vieram de três pessoas próximas às negociações. As fontes, que pediram anonimato, também afirmaram que a maioria dos credores da Azul já havia sinalizado que aceitaria o plano em discussão.
Nessa proposta, os arrendadores receberiam uma participação acionária de cerca de 20% da companhia. Duas das pessoas mencionaram que um acordo poderia ser assinado em poucas semanas. “Não é 100% o que a Azul gostaria, nem 100% o que os arrendadores gostariam, mas pode ser uma boa maneira de aliviar esse fardo”, disse uma das fontes à Reuters.
Com a notícia, as ações da empresa dispararam 22,52% na sessão de sexta-feira. Já no domingo (15) à noite, a Azul enviou um comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) com atualizações sobre o caso. No documento, a companhia informou que as negociações com arrendadores de aeronaves têm como objetivo “otimizar a estrutura de equity acordada no plano de otimização de capital do ano passado, cujos termos envolvem, dentre outros, uma potencial substituição de tal dívida por participação societária na Azul“.
No entanto, a empresa ressaltou que as negociações seguem em andamento e não há documento vinculante firmado, sendo que os termos e condições de uma eventual reestruturação ainda estão sujeitos à discussão e definição pelas partes envolvidas. “Da mesma forma, tais negociações não excluem ou limitam outras discussões e modelos para otimização da estrutura de capital da Azul”, complementou a companhia, em comunicado.
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Na noite de segunda-feira (16), a empresa enviou uma nova atualização à CVM, reforçando as mesmas sinalizações citadas acima. Dessa vez, no entanto, acrescentou que, em linhas gerais, “os credores têm mostrado apoio e as negociações estão avançando”.
Apesar da forte recuperação registrada nos últimos três dias, as ações da Azul ainda estão 90% abaixo do seu pico histórico de 28 de janeiro de 2020, quando atingiram o valor de R$ 62,41. Em 2024, os papéis da aérea acumulam perdas de 60,96%, enquanto sobem 15,96% em setembro.