O Pix é uma das formas de pagamento preferidas dos brasileiros. O Banco Central (BC) registrou a realização de mais de 400 milhões de transações pelo Pix num intervalo de 48 horas na sexta-feira (7). Com o aumento das movimentações instantâneas, crescem as preocupações com golpes via Pix.
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Segundo as estatísticas do BC, até maio deste ano, foram registradas 753,56 milhões de chaves cadastradas no Pix. Até o final de abril, a entidade apresentava 4,6 milhões de transações instantâneas realizadas.
Segundo o fundador e presidente do Nubank (ROXO34), David Vélez, em 5 anos, haverá sistemas de pagamento instantâneo em praticamente todos os países do mundo, o que vai ampliar significativamente o mercado potencial de bancos digitais, visto que esses sistemas devem exigir uso de aplicativos bancários, caso do Pix no Brasil.
Golpes via Pix
Juntamente com o aumento de usuários, crescem os perigos relacionados à funcionalidade. Segundo dados do BC divulgados para o E-Investidor, em 2022, foram aproximadamente 1,5 milhão de pedidos de devolução por fraude. Já em 2023, ultrapassaram 2,5 milhão de solicitações.
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De janeiro a maio deste ano, o BC recebeu cerca de 1,6 milhão de pedidos de devolução de dinheiro transacionado via pix por suspeita de fraudes, o que representa quase 7% de todas as solicitações realizadas em 2024.
Mudanças no sistema
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) propôs ao Banco Central mudanças no chamado Mecanismo Especial de Devolução (MED), ferramenta que permite as contestações de transferências feitas via Pix.
A principal mudança proposta pela entidade ao BC é o bloqueio de valores transferidos indevidamente. Até o momento, o MED bloqueia o recurso apenas na primeira conta recebedora, mas em casos como o de transferências fraudulentas, os criminosos rapidamente enviam o dinheiro para outras contas, em cascata. A Febraban propôs que o bloqueio seja permitido até as demais contas.
“Já observamos que os criminosos espalham o dinheiro proveniente de golpes e crimes em várias contas de forma muito rápida e, por isso, é importante aprimorar o sistema para que ele atinja mais camadas”, diz, em nota, o diretor-adjunto de Serviços da entidade, Walter Faria.
O que já está sendo feito
Bancos como o Itaú (ITUB4) já emitem alertas aos clientes sobre transações suspeitas de Pix, com avisos contextualizados na tela do aplicativo. De acordo com o banco, essa funcionalidade identifica atividades incomuns e pode alertar para diferentes tipos de golpe, como investimentos falsos, QR Codes fraudulentos e pedidos de dinheiro em nome de terceiros.
“Essa funcionalidade representa mais um investimento do banco para apoiar os clientes a identificar e se prevenir contra golpes, uma vez que a comunicação e a conscientização são ferramentas poderosas na luta contra esse tipo de crime.”, diz, em nota, o diretor de Segurança Corporativa do banco, Adriano Volpini.
Como solicitar estorno em caso de fraude
O Banco Central disponibiliza o MED para facilitar as devoluções em caso de fraudes, aumentando as possibilidades de a vítima reaver os recursos. O pedido de devolução pode ser feito em até 80 dias da data em que foi realizado o Pix, com os seguintes passos:
- Fazer a reclamação na instituição bancária;
- A instituição avalia o caso e, se entender que faz parte do MED, o recebedor do seu Pix terá os recursos bloqueados da conta;
- O caso é analisado em até 7 dias. Se concluírem que não houve fraude, o recebedor terá os recursos desbloqueados. Se for fraude, em até 96 horas a vítima receberá o dinheiro de volta (integral ou parcialmente).
O MED também pode ser utilizado quando existir falha operacional no ambiente Pix da instituição como, por exemplo, se ela efetuar uma transação em duplicidade. Nesse caso, ela avalia se houve a falha e, em caso positivo, em até 24 horas o dinheiro é devolvido.
*Com informações do Broadcast
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