Louise Barsi é economista e sócia-fundadora do AGF. (Foto: Bernardo Coelho/Divulgacão AGF)
O Banco do Brasil (BBAS3) decepcionou o mercado com o seu balanço do primeiro trimestre de 2025, quando registrou lucro líquido ajustado de R$ 7,374 bilhões, uma queda de 20,7% em relação a igual período de 2024. Após reportar os números, as ações chegaram a tombar mais de 12% no pregão. Enquanto investidores se questionam se a queda recente do ativo é um sinal de alerta, Louise Barsi segue com uma visão positiva para os papéis.
A sócia-fundadora da AGF abriu uma “caixinha” de perguntas e respostas no seu Instagram na quarta-feira (28). Uma das questões era se ainda valia a pena ficar atento aos fundamentos do BB. Barsi então respondeu que BBAS3 é um claro exemplo de como as narrativas mudam rápido a percepção do mercado sobre uma empresa.
“O banco é o mais exposto de todos à carteira agro. A dificuldade do setor obviamente se refletiria mais cedo ou mais tarde e isso já era esperado. Faz parte do negócio. Existem preocupações válidas para observarmos, como a velocidade de expansão dessa carteira, qualidade das próximas safras de crédito. Tudo isso impacta provisão e consequentemente lucratividade do banco”, afirmou.
Vale lembrar que um ponto que pressionou o balanço do BB foi a inadimplência da carteira de agronegócio, que atingiu 3,04%, uma alta de 0,6 pontos percentuais na comparação trimestral e de 1,9 ponto percentual na comparação anual. Em um vídeo divulgado em conjunto com os resultados, a administração do banco destacou que sua prioridade para o resto do ano será conter a deterioração da inadimplência – particularmente na carteira agro – e restaurar gradualmente a rentabilidade por meio da rotação da carteira e de iniciativas de cobrança mais agressivas.
Barsi também relembrou que o Banco do Brasil foi seu aporte “feijão com arroz” – investimento recorrente mensal. Ainda disse que torce para que a ação deixe de ser “queridinha” para continuar comprando mais barato.
Em outro story do Instagram, a sócia-fundadora da AGF foi questionada sobre a queda recente das ações, que acumulam perdas de 16,35% em maio. Barsi, no entanto, ponderou que os papéis ainda sobem num espaço de tempo mais longo. “Quem já passou por crise de 2008, pandemia e Dilma Rousseff tem outra definição para despencando”, disse, em referência ao termo usado por um de seus seguidores.
Em live da AGF em 2024, Barsi já havia falado que gostava dos papéis do banco. Outros membros da empresa também mencionaram que o Banco do Brasil era um consenso de recomendação da casa, especialmente pela previsibilidade de dividendos.