Nomeado para ocupar a presidência do Banco do Japão (BoJ), Kazuo Ueda previu nesta sexta-feira que a inflação japonesa logo voltará a desacelerar, após renovar máxima em 41 anos, e disse não acreditar que elevar juros seja necessário.
Em janeiro, a taxa anual do núcleo da inflação ao consumidor (CPI) japonês atingiu 4,2%, o maior nível desde setembro de 1981. Foi o décimo mês seguido em que a inflação superou a meta do BoJ, de 2%.
Ueda, que foi indicado este mês para ser o próximo presidente do banco central japonês, previu que a inflação alta não persistirá e disse que o BoJ deve seguir adiante com sua política monetária ultra-acomodatícia.
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“Esse deverá ser o pico, por enquanto”, disse Ueda, durante audiência de confirmação no Parlamento japonês, acrescentando que espera ver a inflação abaixo de 2% por volta de meados do próximo ano fiscal, que terá início em abril.
Em seus primeiros comentários desde a nomeação, Ueda disse que a inflação no Japão foi impulsionada por fatores externos, como o salto nos preços de energia. Ueda, uma ex-professor de economia da Universidade de Tóquio que integrou o comitê de política do BoJ entre 1998 e 2005, foi nomeado para um mandato de cinco anos, em substituição a Haruhiko Kuroda, que fica no cargo até abril.
Em seu testemunho parlamentar, Ueda disse que o Japão ainda precisa de tempo para atingir inflação de 2% de forma sustentável. Ele ressaltou ainda que foi feito progresso nesse sentido durante o mandato de Kuroda.
“Gostaria de aproveitar esses cinco anos para finalmente concluir a missão de alcançar preços estáveis, que tem sido um projeto de muitos anos tanto para o Banco do Japão quanto para mim”, disse Ueda.
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Embora tenha dito que ainda é muito cedo para discutir uma saída da acomodação monetária, Ueda deu algumas dicas sobre o que faria se o BoJ alterasse sua política – algo que muitos analistas esperam ver este ano.
“Se nos aproximarmos da inflação de 2%, o banco pode dar um passo no sentido de normalizar sua política monetária”, disse Ueda. As opções incluiriam aumentar os juros pagos sobre reservas que os bancos comerciais mantêm no BoJ e controlar o rendimento de títulos do governo (JGBs) com prazo mais curto do que os atuais 10 anos, disse ele.
Fonte: Dow Jones Newswires.