O vice-presidente do Banco da Inglaterra (BoE) para mercados e setor financeiro, Dave Ramsden, disse nesta sexta-feira que o BC inglês precisa manter a atual trajetória de aperto de sua política monetária para atingir o objetivo de garantir inflação constante de 2% no Reino Unido, independentemente das consequências para a economia britânica.
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O BoE vem elevando sua taxa básica de juros de forma ininterrupta desde dezembro do ano passado. O último aumento, de 50 pontos-base, trouxe o juro básico a 2,25%.
Em discurso feito durante evento da indústria de valores mobiliários, Ramsden afirmou que a questão central é quão agressivos os nove dirigentes do BoE precisão ser para cumprir a meta de inflação oficial. Atualmente, a taxa anual de inflação do Reino Unido está em torno de 10%.
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Em relação à próxima reunião de política monetária do BoE, em novembro, Ramsden disse que será necessário avaliar sinais de fraqueza no mercado de trabalho, que vem sem mantendo firme, e qual seria a nova perspectiva para a demanda, diante de planos fiscais anunciados pelo governo britânico, no mês passado. Segundo Ramsden, a solidez do mercado de trabalho tem sido um fator importante em seus votos sobre juros, ao longo do último ano.
Ramsden disse ainda que a recente turbulência nos mercados financeiros britânicos poderão ter impacto direto nas projeções econômicas a ser divulgadas pelo BoE em novembro, assim como para a avaliação geral das condições financeiras por seu comitê de política monetária. Na semana passada, a libra atingiu mínima histórica frente ao dólar e os juros dos bônus do governo britânico (Gilts) de 10 anos saltaram aos maiores níveis desde 2008, em reação ao projeto fiscal da primeira-ministra britânica, Liz Truz. Os planos envolvem amplos cortes de impostos, às custas de mais endividamento público.