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Bancos chineses não devem salvar Rússia de efeitos de sanções

Os bancos chineses estão menos interessadas em financiar clientes russos do que seus líderes políticos

Bancos chineses não devem salvar Rússia de efeitos de sanções
Interesse em ajudar Rússia é político, e não econômico | Foto: Sputnik/AFP
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  • Os dois países negociam cada vez mais entre si sem usar dólares
  • Instituições financeiras chinesas estão menos interessadas na ideia de financiar clientes russos do que seus líderes políticos
  • Lei de 2017 permite que os EUA penalizem entidades estrangeiras que negociam com empresas, países e indivíduos alvos de sanções

No papel, os bancos da China e seu sistema de pagamentos doméstico poderiam oferecer à Rússia um alívio das sanções ocidentais paralisantes, após Moscou iniciar a invasão da Ucrânia. Na prática, não é tão simples.

O impasse mostra como é difícil contornar o sistema financeiro internacional centrado no dólar – apesar do interesse compartilhado de Moscou e Pequim, e mesmo que a China tenha alguma experiência em ajudar outras nações a driblar sanções.

Os dois países negociam cada vez mais entre si sem usar dólares, dando à Rússia uma importante saída para a venda de petróleo, gás e outros produtos sem tocar no sistema financeiro dos EUA. Pouco mais de um terço das exportações da Rússia para a China foram liquidadas em dólares em setembro passado, mostram os dados mais recentes disponíveis, abaixo dos 96% em 2013. Um pouco mais da metade das exportações da China no sentido inverso foram liquidadas em dólares, abaixo dos 90% em 2013.

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Mas esse comércio é pequeno em relação aos outros mercados agora amplamente fechados para a Rússia e, embora Pequim também tenha se manifestado em sua recente oposição às sanções, os grandes bancos chineses provavelmente não irão em socorro da Rússia.

O primeiro problema é que as instituições financeiras chinesas estão menos interessadas na ideia de financiar clientes russos do que seus líderes políticos.

Outra grande dor de cabeça é uma lei de 2017 que permite que os EUA penalizem entidades estrangeiras que negociam com empresas, países e indivíduos alvos de sanções. Para qualquer banco que queira transacionar em dólares, as consequências podem ser drásticas.

O Sistema de Pagamento Interbancário Transfronteiriço da China, ou CIPS, foi apontado como uma possível solução alternativa para o Swift, da qual alguns bancos russos foram excluídos, mas analistas e advogados dizem que a rede não serve para esse propósito, pelo menos por enquanto.

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Lançado em 2015, o CIPS foi desenvolvido pelo banco central da China para promover o uso internacional do yuan e lida em grande parte com negócios denominados em yuan entre a China e o exterior. Mas até o terceiro trimestre do ano passado, ele lidava com uma média de apenas 13 mil transações por dia, levantando questões sobre a rapidez com que poderia aumentar sua atividade. Embora a comparação não seja exata, o Swift processou mais de 40 milhões de mensagens por dia no mesmo período.

Fonte: Dow Jones Newswires.

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