BofA vê chance de acordo bilionário no caso Samarco e recomenda compra da Vale (VALE3), com espaço para dividendos extraordinários
Banco avalia que provisão de US$ 500 milhões ilumina impacto potencial do processo no Reino Unido e diz que eventual acordo extrajudicial pode acelerar desfecho e favorecer as ações
Bank of America afirma que eventual acordo extrajudicial pode acelerar desfecho e favorecer as ações da Vale. | Foto: Fabio Motta/Estadão
Após a Vale (VALE3) divulgar estimativas de US$ 500 milhões em provisões adicionais com a decisão do Tribunal Superior da Inglaterra que responsabilizou a BHP (acionista) pelo rompimento da barragem do Samarco em 2015, o Bank of America (BofA) acredita que esse anúncio pode fornecer uma estimativa do potencial impacto financeiro decorrente do caso no Reino Unido.
Para o time do BofA, mesmo com a provisão adicional, ainda existe possibilidade de dividendos extraordinários (pagamentos extras aos acionistas) serem anunciados até o final do ano, com estimativa de rendimento de dividendos (retorno sobre o valor investido) de 1% a 2%.
Os próximos passos incluem determinar se a BHP causou os prejuízos e qual a sua magnitude. O julgamento está previsto para começar em outubro de 2026 e pode se estender até o segundo trimestre de 2027, com possibilidade de recursos, o que indica um cronograma de vários anos.
“Notícias recentes mencionaram que houve uma negociação para um possível acordo de US$ 1 a 3 bilhões com o escritório de advocacia que representa os demandantes do Reino Unido. Embora nem o escritório, nem a Vale ou a BHP tenham confirmado, uma resolução extrajudicial pode ser possível, encurtando o processo no Reino Unido antes do previsto. Isso pode ser um catalisador positivo para as ações, em nossa opinião”, avaliaram os analistas Caio Ribeiro, Guilherme Rosito, Mariana Leite e Jason Fairclough em relatório.
O banco mantém a recomendação de compra para a Vale (VALE3) em razão de uma posição operacional sólida da companhia, enquanto os preços do minério de ferro permanecem acima de US$ 100 a tonelada, superando expectativas de US$ 90 por tonelada do BofA para o segundo semestre de 2025. O preço-alvo (valor esperado da ação no futuro) é de US$ 12,00, um potencial recuo de 2,9% ante o último fechamento.