O Banco do Brasil Investimentos (BB BI) elevou a recomendação da Suzano (SUZB3) à compra, tendo em vista a formação de uma joint venture (cooperação entre empresas que geralmente implica em uma nova organização societária) com a Kimberly-Clark Corporation, que reunirá os ativos de tissue (papéis de higiene pessoal), bem como outros produtos de papel na América do Sul, América Central, Irlanda, Reino Unido, Europa, África, Oriente Médio, Ásia, incluindo Sudeste Asiático, e Oceania.
A Suzano terá 51% de participação do capital social da JV e os 49% restantes ficarão com a K-C, que permanecerá com os demais ativos que não farão parte da transação, como seus negócios na América do Norte e outras JVs mantidas com terceiros.
“Em nossa opinião, a operação é positiva para a companhia, uma vez que representa uma ampliação relevante da atuação da Suzano no mercado internacional de tissue, por meio de marcas fortes e premium, e uma elevada escala que levará a Suzano à posição de 8º maior produtor global desta categoria”, destacam a analista Mary Silva.
A favor da Suzano, Silva inclui na conta a perspectiva de criar valor por meio de uma Taxa Interna de Retorno (TIR) “significativa”, que possibilitará o aumento da diversificação geográfica de operações e de mercados atendidos, além da maior participação de produtos de alto valor agregado no portfólio da Suzano.
“O negócio contribuirá também para a redução da volatilidade do fluxo de caixa consolidado da Suzano, que atualmente é bastante afetado pelas oscilações dos ciclos de alta e de baixa da celulose, segmento que atualmente representa 87% do Ebitda [lucro operacional] da empresa, enquanto a demanda no segmento de tissue é mais estável”, diz.
Ainda segundo a analista do BB BI, a JV não deverá elevar o patamar de alavancagem da companhia, diferentemente Projeto Cerrado, que, por ser greenfield (projeto novo), concentrou 100% dos desembolsos antes do incremento em Ebitda daquela operação.
O BB BI mantém o preço-alvo para Suzano em R$ 68 para o final de 2025, potencial de valorização de 36,6% sobre o fechamento da última quarta-feira (4).