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BNDES lança ainda maratona de inovação em microcrédito no Brasil

O projeto mira a criação de soluções para empréstimos com tíquete da ordem de R$ 5 mil, R$ 8 mil e R$ 10 mil

BNDES lança ainda maratona de inovação em microcrédito no Brasil
O banco vender vendeu aproximadamente 70 milhões de ações da JBS. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

(Gabriel Vasconcelos, Estadão Conteúdo) — O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Montezano, disse que o banco vai lançar ainda hoje chamadas públicas para uma maratona de inovação voltada ao microcrédito no Brasil. Segundo ele, apesar de o BNDES ser definido como um banco de atacado, tem a capacidade de induzir transformações no mercado de pequenos empréstimos do País. Montezano palestrou no evento de inovação Blockchain Rio, que acontece nesta quinta-feira na zona portuária do Rio.

“Esse é só mais um exemplo de como o BNDES tem se posicionado como criador de novos mercados e inovação. Somos um banco que atua no ‘segundo piso’, mas entendemos que podemos ser muito efetivos e contribuir para a agenda do microcrédito no País”, disse.

Montezano informou que o projeto mira a criação de soluções para empréstimos com tíquete da ordem de R$ 5 mil, R$ 8 mil e R$ 10 mil. E disse que viabilizar um volume grande de empréstimos nestes valores é mais demorado e pode ser mais complexo do que a liberação de R$ 100 milhões para uma única empresa, mesmo assim, o projeto pode viabilizar soluções que funcionem como exemplo para o mercado e se pulverizem como bons exemplos.

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Ao Broadcast, o BNDES adiantou que o projeto se divide em duas chamadas públicas que poderão receber propostas a partir desta sexta-feira. Alguns dos temas na mira dessas chamadas são o atendimento de regiões remotas, oferta de capacidade de gestão financeira e profissionalização de microempreendedores.

Uma das chamadas é o “Desafio Microcrédito”, que vai selecionar propostas para o fomento ao microcrédito, como modelos de análise de crédito. O projeto é voltado a pessoas jurídicas de direito público ou privado, como OSCIPs, fintechs, cooperativas de crédito, empresas e associações e também pessoas físicas que atuam com microcrédito, como acadêmicos, agentes de crédito e consultores.

A submissão de propostas ao BNDES deverá ser feita até 20 de outubro. Dez finalistas apresentarão suas soluções em 30 de novembro para uma banca de avaliação, quando serão divulgadas as três vencedoras. Os responsáveis vão poder desenvolver suas soluções com o acompanhamento do corpo técnico do BNDES e terão potenciais oportunidades de negócio com o banco público e rede de instituições parceiras.

A outra chamada é o “Hackathon”, maratona tecnológica para produção de protótipos digitais. Trata-se de competição online na qual deverão ser desenvolvidos protótipos digitais das soluções propostas. A maratona de programação de um fim de semana será realizada em 8 de outubro e está aberta a pessoas físicas como desenvolvedores, empreendedores, consultores, professores e estudantes. As três melhores soluções receberão premiação de R$ 30 mil.

Hub multidimensional

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Em longo discurso, Montezano disse que o BNDES vai seguir atuando como um “hub multidimensional” de inovação, soluções e abertura de novos mercados para o País. Nesse sentido, repetiu que o banco deixou o foco financeiro, para buscar auxiliar o desenvolvimento do país em várias frentes, com destaque para a socioambiental.

Nesse sentido, citou desembolsos do fundo garantidor de crédito durante a pandemia, o desenvolvimentos de projetos, como os que têm orientado concessões de saneamento pelo país, além de projetos que fomentam o mercado de créditos de carbono, como o recente anúncio de compra de R$ 100 milhões desses créditos, o que definiu como um volume pequeno perto do patrimônio do BNDES, de R$ 120 bilhões, mas com bom potencial de impacto no desenvolvimento das finanças verdes no país.

Segundo Montezano, esse redirecionamento do BNDES não impediu que o banco apresentasse o maior lucro da história do sistema financeiro nacional, R$ 34 bilhões, em 2021. Por tudo isso, disse, o banco tem se tornado uma referência no novo posicionamento de bancos de desenvolvimento no mundo, em pé de igualdade com qualquer outra instituição desse tipo.