O cenário para a inflação neste e nos próximos anos voltou a piorar no Boletim Focus após os questionamentos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à autonomia do Banco Central (BC), ao nível de juros e à meta inflacionária.
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A projeção para o IPCA – índice oficial de inflação – deste ano subiu de 5,39% para 5,48%, contra 5,23% há um mês. Para 2024, horizonte que fica cada vez mais relevante para a estratégia de convergência à inflação do BC, a projeção também avançou, de 3,70% para 3,84%, de 3,60% há quatro semanas.
Considerando somente as 98 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana para 2023 passou de 5,40% para 5,49%. Para 2024, variou de 3,83% para 3,87%, considerando 93 atualizações no período.
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Atualmente, o foco da política monetária está nos anos de 2023 e de 2024. A mediana para o IPCA de 2025, que está fora do horizonte relevante do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, continuou em 3,50%, de 3,20% há um mês.
Chamou atenção ainda o salto dado pela projeção para o IPCA de 2026, que está bem distante do horizonte relevante considerado pelo BC para a política monetária neste momento. A estimativa passou de 3,22% para 3,47% na última semana, contra 3,01% um mês antes.
A mediana na Focus para a inflação oficial em 2023 está bem acima do teto da meta (4,75%), apontando para três anos de descumprimento do mandato principal do Banco Central, após 2021 e 2022. Para 2024 e 2025, os números indicados pelo Boletim Focus já estão acima do centro da meta de 3,00% (margem de 1,50% a 4,50%). Ainda não há objetivo definido para 2026.
No Copom de dezembro, o BC atualizou suas projeções para a inflação com estimativas de 6,0% em 2022, 5,0% em 2023 e 3,0% para 2024. O colegiado manteve a Selic em 13,75% ao ano pela terceira vez seguida.
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