O índice Dow Jones fechou em baixa de 0,14%, aos 44.837,56 pontos. O S&P 500 fechou com avanço de 0,02% aos 6.389,77 pontos e o Nasdaq terminou o dia com ganho de 0,33%, aos 21.178,58 pontos.
Além de reduzir a tarifa de 30% para 15%, segundo o presidente Donald Trump, o acordo prevê que a UE vai comprar US$ 750 bilhões em produtos de energia dos EUA e investir US$ 600 bilhões a mais na economia americana nos próximos anos. Ele afirmou ainda que os europeus vão comprar “bilhões de dólares” em equipamentos militares americanos.
Com a perspectiva de vender mais para o bloco europeu avançaram a empresa de equipamento militar Lockheed Martin (+0,05%) e a fornecedora de gás natural Cheniere Energy (+1,38%), mas o ímpeto diminuiu ao longo do dia. Segundo o Politico, a UE admitiu que não tem o poder de cumprir a promessa de investir US$ 600 bilhões. Isso porque o dinheiro viria inteiramente de investimentos do setor privado, sobre os quais Bruxelas não tem autoridade, e sem contribuição de investimento público.
Na política monetária, a Capital Economics prevê que o Fed manterá as taxas de juros no nível atual, entre 4,25% a 4,5%, até o fim deste ano, devido a dificuldade na flexibilização. Economistas da consultoria estimam que a inflação dos EUA deverá voltar a subir mais de 3%, conforme os efeitos das tarifas começam a aparecer nos dados. “Não há justificativa para o Fed mudar o seu tom sobre política monetária”, disseram.
A Tesla subiu 3,02%, não apenas na esteira do acordo, mas também depois de fechar um contrato de US$ 16,5 bilhões para comprar chips de inteligência artificial (IA) da Samsung até 2033. Os próximos dias trarão resultados trimestrais de Meta, Microsoft, Apple e Amazon, quatro do grupo de “Sete Magníficas” do setor de tecnologia dos EUA. A Boeing também publicará resultados. A Whirlpool, que divulgará seu balanço após o fechamento da sessão, caiu 1,83%. A Nike saltou 3,89% após o JPMorgan elevar sua recomendação para a empresa, de “neutra” para “overweight” (acima da média do mercado).
Juros sobem com foco em acordo EUA–UE e expectativa pela decisão do Fed
Os juros dosTreasuries operaram em alta, repercutindo o acordo comercial entre Estados Unidos e União Europeia, que reduziu as tarifas aos produtos europeus de 30% para 15%, mas que deixou ainda algumas incertezas. As atenções dessa semana se voltam agora para a decisão de juros do Federal Reserve (Fed) na quarta-feira, que deve manter as taxas, em um cenário de pressão por cortes de juros. Além disso, a sessão contou com dois leilões pelo Departamento do Tesouro americano.
O juro da T-note de 2 anos teve alta a 3,926%, o rendimento da T-note de 10 anos subia a 4,410%, enquanto o juro do T-bond de 30 anos teve alta a 4,958%.
Trump voltou a pressionar o presidente do Fed, Jerome Powell, a cortar as taxas de juros. “Estamos indo bem mesmo sem o corte de juros, mas, com o corte, podemos estar ainda melhor”, defendeu. De acordo com o republicano, “uma pessoa inteligente” cortaria os juros.
Em entrevista ao Broadcast, o ex-presidente do Fed de St. Louis, James Bullard, disse que sua expectativa é de que o Fed use a reunião de julho para preparar o terreno para a de setembro. Isso significa que eles dará algumas sinais sutis de que está quase prontos para agir em setembro. “Eles vão colocar alguma opcionalidade na mesa, mas acho que basicamente estão no caminho certo para fazer uma redução nos juros em setembro. E então acho que eles também indicarão que provavelmente farão outro corte antes do final do ano”, afirmou.
O Departamento do Tesouro anunciou hoje suas estimativas atuais de empréstimos para o terceiro e quarto trimestre de 2025. Durante o trimestre de julho a setembro, o Tesouro americano espera tomar emprestado US$ 1,007 trilhão em dívidas, assumindo um saldo de caixa no final de US$ 850 bilhões em setembro. A estimativa é US$ 453 bilhões maior do que a anunciada em abril, principalmente devido ao “saldo de caixa mais baixo no início do trimestre e aos fluxos de caixa líquidos projetados mais baixos”. A estimativa do trimestre atual é US$ 60 bilhões maior do que a anunciada nos três meses anteriores.
O Departamento do Tesouro leiloou hoje US$ 70 bilhões em T-notes de 5 anos, com rendimento máximo de 3,983%, abaixo da média dos seis últimos leilões, que era de 4,083%, de acordo com o BMO. A taxa bid-to-cover, um indicativo da demanda, ficou em 2,31 vezes, abaixo da média recente, de 2,39 vezes. Além disso, houve o leilão de US$ 69 bilhões em T-notes de 2 anos, com rendimento máximo de 3,920%, abaixo da média dos seis últimos, que era de 3,983%. A taxa bid-to-cover, um indicativo da demanda, ficou em 2,62 vezes, acima da média recente, de 2,59 vezes.
Dólar avança frente ao euro e DXY sobe 1% após acordo entre EUA e UE
O dólar operou em alta generaliza no exterior nesta segunda-feira, especialmente ante o euro, após acordo comercial firmado entre os Estados Unidos e a União Europeia (UE) no final de semana.
O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, fechou em alta de 1,01%, a 98,634 pontos, maior nível desde o dia 17 de julho.
No contexto europeu, apesar da diminuição das incertezas, a notícia de uma tarifa de 15% para as importações da UE trouxe preocupações a certos setores, como o automotivo e de defesa, além de críticas por parte de líderes que acreditam que o bloco fez demasiadas concessões a Washington.
O acordo, segundo a Casa Branca, prevê investimentos bilionários da Europa nos EUA até 2028, bem como o compromisso contra taxas digitais. Segundo os analistas do Commerzbank, as empresas europeias ainda acharão “significativamente mais difícil exportar para seu mercado externo mais importante” e isso prejudicará a economia da Europa.
O chefe de pesquisa de câmbio do MUFG, Derek Halpenny, acrescenta que o sentimento em relação ao dólar melhorou recentemente e pode melhorar ainda mais se os dados dos EUA desta semana, incluindo os números do payroll de sexta-feira, mostrarem um mercado de trabalho ainda robusto. As grandes apostas anteriores dos investidores nos ganhos do euro estão sendo desfeitas agora, prejudicando a moeda do bloco, acrescenta ele.
Contudo, se os dados dos EUA se mostrarem mais fracos do que o previsto, isso provavelmente levará o Federal Reserve (Fed) a iniciar sua flexibilização monetária e os investidores internacionais a reduzirem investimentos em dólares, aponta o Morgan Stanley.