As bolsas da Europa fecharam em baixa nesta quarta-feira, na véspera da reunião em que o Banco Central Europeu (BCE) deve subir juros pela primeira vez em mais de uma década. A possibilidade de racionamento de gás natural na União Europeia imprimiu cautela aos negócios, também de olho na crise política na Itália. No fechamento dos pregões europeus, o índice pan-europeu Stoxx 600 recuou 0,21%, a 422,51 pontos.
A questão hoje é saber qual será a decisão do BCE amanhã: uma alta de 0,50 ponto porcentual nos juros ou de 0,25 ponto porcentual, como já previsto anteriormente. Haverá ainda o debate sobre a criação de um programa contra a fragmentação da zona do euro, isto é, o aumento da divergência entre os custos de empréstimos dos países da região, conforme mostrou reportagem do Broadcast. Os pregões também refletiram hoje a notícia de que a Comissão Europeia terá um plano para reduzir o consumo de gás em 15% até março 2023. Há uma estimativa de que o corte do gás russo possa reduzir o PIB no continente em até 1,5%. A consequência desta suposta crise energética na Europa foi a alta expressiva no preço do gás natural.
Enquanto isto, o presidente russo, Vladimir Putin, tentou minimizar o problema ao afirmar que a Rússia honrará compromissos de gás, embora alerte sobre fluxos do Nord Stream. Detalhe: a Gazprom informou que não recebeu documentos para a retomada do gasoduto Nord Stream. Nesse ambiente, o índice londrino FTSE 100 terminou com baixa de 0,44%, em 7.264,31 pontos. No Reino Unido, a taxa anual de inflação ao consumidor (CPI) acelerou em junho a 9,4%, no maior patamar em 40 anos, segundo informado durante a manhã. Enquanto isto, Rishi Sunak e Liz Truss lideram votação em Londres para definição do novo primeiro-ministro.
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Na Alemanha, a inflação anual ao produtor (PPI) desacelerou um pouco no mês passado, mas ficou no preocupante nível de 32,7%. Nesse cenário, o índice alemão DAX recuou 0,20% , a 13.282,00 pontos, em Frankfurt; o parisiense CAC 40 teve baixa de 0,27%, a 6.184,66 pontos. Na Bolsa de Milão, o índice FTSE MIB caiu 1,60% a 21.348,42 pontos.
Por lá, repercute o cenário político italiano, após o primeiro-ministro do país, Mario Draghi, apresentar renúncia na última semana. O premiê, no entanto, sinalizou hoje que poderá seguir no cargo se obtiver o apoio do partido Movimento 5 Estrelas (M5S). Nas praças ibéricas, o Ibex 35, de Madri, recuou 1,18%, a 8.028,90 pontos. Em Lisboa, o PSI 20 cedeu 0,60%, a 5.940,52 pontos.