(Sergio Caldas, Estadão Conteúdo) — As bolsas europeias operam em baixa significativa desde a abertura dos negócios desta segunda-feira, com as perdas superando 2% em algumas praças, em meio a um novo agravamento da crise energética na região.
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Por volta das 7h05 (de Brasília), o índice acionário pan-europeu Stoxx 600 tinha queda de 1,03%, a 411,69 pontos.
O mau humor na Europa veio após a estatal russa Gazprom interromper o fornecimento de gás por meio do gasoduto Nord Stream 1 ao continente europeu por tempo indeterminado, alegando necessidade de reparos adicionais. Os fluxos deveriam ter sido retomados no fim de semana, após um período de manutenção. Em reação à notícia, os futuros de gás natural dispararam na Europa e o euro atingiu mais cedo seu menor nível em quase 20 anos, antes de se recuperar parcialmente.
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O corte do gás russo vem num momento em que a União Europeia (UE) se prepara para o que promete ser um inverno difícil. Na semana passada, o bloco conseguiu atingir sua meta de 80% de estocagem de gás dois meses antes do previsto.
Autoridades na UE temem que a Rússia esteja dificultando o fornecimento de gás em retaliação às sanções que sofreu pela guerra na Ucrânia.
A crise energética também amplia as chances de que a zona do euro entre em recessão. O PMI composto do bloco recuou a 48,9 em agosto, permanecendo abaixo da barreira de 50 que indica contração e tocando o menor patamar em 18 meses, segundo pesquisa final divulgada hoje pela S&P Global. Apenas o PMI de serviços da região diminuiu para 49,8 no mês passado, o que significa que a atividade do setor passou a encolher. Os últimos PMIs da Alemanha e do Reino Unido também foram desanimadores.
Embora o dia seja de aversão a risco, a liquidez na Europa tende a ser reduzida hoje em meio ao feriado do Dia do Trabalho nos EUA, que manterá os mercados locais fechados. Na sexta-feira (02), as bolsas de Nova York tiveram perdas de mais de 1%, após dados mistos do último relatório de emprego americano.
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Às 7h20 (de Brasília), a Bolsa de Londres caía 0,58%, a de Frankfurt recuava 2,21% e a de Paris cedia 1,50%. Já as de Milão, Madri e Lisboa tinham perdas de 2,07%, 1,47% e 0,81%, respectivamente.