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Bolsas da Europa fecham em alta, com retomada do apetite por risco

Nem os índices de confiança do consumidor na Alemanha e zona do euro, abaixo do esperado, azedaram a tendência

Bolsas da Europa fecham em alta, com retomada do apetite por risco
Resultado das principais bolsas de valores da Europa. REUTERS

As bolsas europeias operaram o dia em alta, fechando o pregão com avanço acima de 1%, apoiadas pela retomada do apetite por risco entre os investidores, após fortes perdas registradas ontem. Nem mesmo a divulgação dos índices de confiança do consumidor na Alemanha e zona do euro, bem abaixo do esperado, azedaram a tendência.

O índice pan-europeu Stoxx 600, que avalia o desempenho das ações de empresas por todo o continente, avançou 1,42%, a 473,99 pontos.

O governo do Reino Unido, por meio do ministro das Finanças Rishi Sunak, anunciou hoje um suporte fiscal de 1 bilhão de libras em subsídios e empréstimos para ajudar os setores de lazer e hospitalidade a superar a onda de casos da variante ômicron do coronavírus no país, de forma a responder à pressão de bares, restaurantes e outros negócios que viram suas receitas despencar em meio aos avisos de saúde pública.

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Além disso, de acordo com relatos da mídia internacional, o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, afirmou que seu gabinete de ministros decidiu por não restringir reuniões sociais durante as festas de fim de ano. Em Londres, o índice FTSE 100 fechou em alta de 1,38%, aos 7297,41 pontos.

Na Alemanha, o governo do chanceler Olaf Scholz deve decidir em breve se apertará as medidas protetivas antes de 2022. Hoje, o Instituto GFK informou que o índice de sentimento do consumidor de janeiro da Alemanha caiu a -6,8, bem abaixo das estimativas. O índice DAX, da Bolsa de Frankfurt, avançou 1,36%, aos 15447,44 pontos, seguido pela alta de 1,38% do CAC 40 em Paris, aos 6964,99 pontos.

Na zona do euro, a confiança do consumidor caiu de -6,8 em novembro para -8,3 em dezembro, segundo dados preliminares publicados hoje pela Comissão Europeia. Em relatório, a Oxford Economics relata que o consumidor em todo o mundo está menos otimista por conta da ômicron, mas o sentimento geral segue forte, na visão da consultoria.

Em Milão, o índice FTSE MIB fechou entre as maiores altas, em 1,82%, aos 26653,30 pontos. Nas praças ibéricas, o madrilenho Ibex 35 subiu 1,82%, aos 8392,80 pontos, e o PSI 20 aumentou 1,22% em Lisboa, aos 5451,37 pontos.

Entre outras notícias que também trouxeram um certo alívio às mesas de operação está a de que a Moderna avaliou positivamente o efeito de uma terceira dose de sua vacina contra a covid-19 na proteção contra a variante ômicron. Além disso, a Novavax deve começar a entregar doses de seu imunizante contra a doença à União Europeia no primeiro trimestre de 2022.

Turquia

Na Turquia, o cenário é outro. As tensões financeiras no país pioraram e a comunidade empresarial do país tem se manifestado, sinalizando uma crise monetária bastante complicada. As negociações na Bolsa de Istambul refletem as tensões e precisaram ser, mais uma vez, suspensas temporariamente nesta terça-feira. Essa foi quarta vez que um circuit breaker foi acionado nos últimos três pregões em Istambul. No fechamento da sessão, o índice de referência BIST 100 registrou queda de 7,99%, a 1892,02 pontos.

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Em contrapartida, um novo pacote de estímulos anunciado pelo presidente Recep Tayyip Erdogan, na noite passada, que compensa os detentores de depósitos em lira por perdas nas taxas de câmbio, desencadeou uma forte valorização da lira e poderá ajudar a mitigar alguns dos riscos que começaram a se cristalizar no setor bancário, acredita a Capital Economics. Apesar do otimismo, a consultoria destaca em relatório que a “política empurra os riscos cambiais para as finanças públicas – até agora um ponto forte da economia”. Após o anúncio, a lira recuperou parte das perdas recentes em relação ao dólar.