Uma parcela muito pequena dos brasileiros multimilionários coloca dinheiro nos chamados investimento de impacto, aquele em que há um objetivo claro de melhoria social ou ambiental, além do retorno financeiro.
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Isso não chega a ser novidade, nem uma boa notícia do ponto de vista da repercussão positiva que esse tipo de alocação proporciona.
Um levantamento inédito mostrou que apenas 19% dos gestores de grandes fortunas entrevistados usam critérios ESG (sigla em inglês para boas práticas ambientais, sociais e de governança) ao fazer a alocação de parte dos recursos.
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Mas uma boa novidade é que mais da metade (61%) dos entrevistados da pesquisa já conhece as diferentes variações de investimento de impacto e ESG e usam esse conhecimento em suas tomadas de decisão.
O diagnóstico integra um levantamento divulgado nesta quarta-feira (3), em um evento em São Paulo, pela Sitawi Finanças do Bem, uma organização sem fins lucrativos fundada em 2008 que desenvolve infraestrutura financeira para a economia de impacto.
A pesquisa sobre investimentos e filantropia contou com entrevistas a 28 gestores de patrimônio, single e multi family offices, conselheiros e outros assessores não financeiros. Todos trabalham com carteiras ou patrimônio de mais de R$ 50 milhões.
Nessa amostra, 58% dos entrevistados apoiam a gestão de patrimônios de mais de R$ 1 bilhão.
“Vemos que ainda há uma clara priorização do desempenho financeiro das estratégias de investimento”, afirmou Leonardo Letelier, presidente executivo e fundador da Sitawi. A maioria dos entrevistados (71%) espera obter resultados iguais ou até acima dos obtidos na abordagem tradicional, apesar das suas motivações de Responsabilidade Social/Ambiental (86%).
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“Isso é muito comum. Se perguntar para alguém se ele quer fazer o bem ao mundo, a resposta vai ser sim. Mas se perguntar se a pessoa aceita abrir mão de retorno para fazer o bem, a maioria vai responder que não. Poucas são as oportunidades que é possível ter tudo.
Como tudo na vida, também há ‘trade-off’ em investimento de impacto”, diz Letelier, com a experiência da Sitawi de ter mobilizado mais de R$ 450 milhões para mais de 3 mil iniciativas, que beneficiaram 14 milhões de pessoas e apoiaram a conservação de 5 milhões de hectares no Brasil.
“Advogamos que as pessoas entendam esse ‘trade-off’ e escolham o investimento de impacto mesmo assim.”
“Notamos que já existem sinais de um crescimento gradual de abordagem de ‘investimento impacto-consciente'”, afirma Letelier. Mais da metade (52%) dos respondentes disse incluir abordagens de impacto socioambiental (“Finance First” ou de “Impact First”) em seus portfólios.
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