O BTG Pactual estima que sua projeção para o Ebitda da Braskem (BRKM5) possa ter um crescimento de 45% para 2026, caso o projeto de lei (PL) 892, em tramitação no Congresso, seja aprovado e caso uma possível medida antidumping sobre o PE (polietileno) seja adotada. A avaliação do banco é de que esses dois fatores podem representar um potencial não precificado, ao mesmo tempo em que os spreads, que são importantes catalisadores para a companhia, ainda deixam a desejar, apesar de estarem mostrando uma recuperação gradual.
O PL 892/2025 propõe restaurar o REIQ Industrial – programa federal de incentivo fiscal destinados a melhorar a competitividade do setor petroquímico – e instituir o incentivo fiscal PRESIQ. Se o projeto for aprovado, o BTG calcula que sua estimativa de Ebitda da Braskem para 2025-26 seria elevado em cerca de US$ 500 milhões por ano, ou cerca de 30%.
Já com a eventual adoção de medidas antidumping para o PE, o aumento potencial do Ebitda é de US$ 150 milhões a US$ 250 milhões, representando um aumento de 10% a 15%. O setor químico recentemente solicitou uma investigação sobre importações do produto vendidas abaixo do valor justo, causando danos à indústria local. “Se aprovado, esperamos que o benefício se materialize gradualmente ao longo de 3 a 6 meses, apoiando a recuperação de preços e ganhos de participação de mercado para os locais contra a concorrência estrangeira”, escrevem os analistas Luiz Carvalho e Gustavo Cunha.
Eles, contudo, dizem manter a posição cautelosa em relação à empresa, dada a incerteza sobre o caminho do PL 892 e os spreads sob pressão. Além disso, a alta alavancagem e os imbróglios envolvendo o acidente ambiental em Alagoas são pontos de atenção. A recomendação para a Braskem foi mantida em neutra e o preço-alvo é de R$ 13, o que representa um potencial de alta de 42,8% em relação ao fechamento de ontem, 16 de julho.