

A auditoria do BRB sobre os ativos do Master deve terminar na próxima semana, segundo informaram ao Broadcast fontes a par das negociações. Embora ainda não haja um resultado, os trabalhos até aqui apontam que o banco público do Distrito Federal ficará com algo próximo a R$ 33 bilhões em ativos da instituição controlada por Daniel Vorcaro.
O valor ainda pode mudar, mas está próximo ao que se estimava inicialmente. Além dos precatórios e participações em empresas detidos pelo Master, o BRB não levará parte da carteira de crédito do banco, considerada mais arriscada do que o apetite da instituição pública.
Em dezembro do ano passado, o Master tinha R$ 63 bilhões em ativos, de acordo com balanço divulgado ao mercado. A carteira de crédito respondia por R$ 22,5 bilhões deste total, sendo que boa parte estava em crédito para grandes empresas, e outra em títulos a receber, linha em que os precatórios estão classificados.
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O BRB tinha R$ 61 bilhões em ativos no final de 2024. Uma das condições para que a compra de 58% do Master seja efetivada é a aprovação de capitalizações nos dois bancos, de R$ 750 milhões no caso do BRB e de R$ 2 bilhões no Master, pelo Banco Central. Com estes aportes, o conglomerado terá solidez suficiente para manter os ativos das instituições.
Inicialmente, a previsão era que a auditoria nos números do Master terminasse nesta semana. No entanto, o prazo foi em parte consumido pela definição do que de fato entraria na auditoria, o que estendeu o tempo necessário para concluir o processo, segundo apurou o Broadcast.
O término da auditoria deixará claro quais ativos ficarão de fora, e permitirá um desfecho a outra discussão: a da absorção destes outros ativos por agentes de mercado. Por enquanto, a solução mais provável é a de uma operação que seria liderada pelo BTG Pactual, que é especializado na recuperação de ativos menos líquidos. Na prática, o BRB ficaria com o que está chamado de “banco bom” e o BTG seria encarregado de organizar a operação que vai resolver o problema do “banco ruim”.
Neste formato, haveria uma espécie de “liquidação privada”. Não seria uma aquisição: o BTG faria o papel de agente de liquidação, que buscaria compradores para esses ativos. O banco precisaria da anuência das demais instituições do chamado grupo S1, que reúne os maiores bancos do País, pois a operação, neste formato, dependeria de apoio do Fundo Garantidor de Créditos (FGC). Este formato ainda não está totalmente definido e pode mudar nos próximos dias.
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Os outros grandes bancos não demonstram interesse em ficar com os ativos do Master, uma hipótese que chegou a ser cogitada no começo das conversas. Nos bastidores, executivos destes outros bancos afirmam que querem manter suas instituições “distantes” do caso Master.
Procurados, o BRB e o BTG não comentaram.