O BTG Pactual (BPAC11) revisou as projeções do lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) da Braskem (BRKM5) para 2024 e 2025. As estimativas agora são de US$ 1,3 bilhão e US$ 2,2 bilhões, respectivamente, o que significa uma redução de 7% e 7,2% em relação às projeções anteriores. A revisão levou em conta a expectativa de que a normalização nos spreads petroquímicos deve acontecer de forma mais gradual do que se esperava. Os números ainda consideram um crescimento nos spreads médios para 2024 no Brasil de 9% na comparação anual, de 29% nos EUA/Europa e de 11% no México.
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A empresa também revisou o preço-alvo para a ação, de R$ 26 para R$ 24, o que representa um potencial de alta de 20% em relação ao fechamento de ontem (28). O novo valor, segundo relatório assinado pelos analistas Pedro Soares e Thiago Duarte, reflete a menor geração de caixa esperada entre 2024 a 2026 e maior alavancagem durante este período.
O banco manteve a projeção de Ebitda intermediário de US$ 2,5 bilhões e um múltiplo de 5,3 vezes a relação entre valor de mercado e Ebitda (EV/Ebitda), com um custo médio ponderado de capital (WACC) em dólares de 10,6%. A recomendação também foi mantida em neutra.
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Os analistas argumentam que, atualmente, a ação está sendo negociada a 8,8 vezes a relação EV/Ebitda, 37% acima da média histórica. A previsão do banco para 2024 está 14% abaixo do consenso e a avaliação é de que a probabilidade de novas revisões negativas é maior do que as positivas.
A revisão dos números se seguiu à realização, ontem, do dia do investidor, quando a própria empresa reconheceu que melhorias significativas nos seus principais spreads deverão surgir apenas no segundo semestre de 2024.
Para a Braskem, isto pode ocorrer à medida que as adições de capacidade de produção de resina global começarem a desacelerar e/ou as margens baixas do setor começarem a restringir a produção de intervenientes menos eficientes. A companhia está considerando reduzir seu investimento para US$ 400 milhões (excluindo a Braskem Idesa), em 2024, o que está cerca de 40% abaixo dos níveis intermediários do período.
Adicionalmente, estão em estudo potenciais desinvestimentos de participações minoritárias em ativos próprios para mitigar o impacto da recessão na indústria.
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“Embora estas medidas sejam importantes, acreditamos que são insuficientes para evitar uma queima de fluxo de caixa (FCFE) no próximo ano, estimada em cerca de US$ 276 milhões. Além disso, não descartamos a possibilidade de novas provisões provenientes de Alagoas, atualmente em R$ 5,6 bilhões, embora os riscos sejam menores do que antes”, escrevem.
Sobre a venda da participação da Novonor, o BTG também não está otimista. Embora o negócio possa trazer uma vantagem significativa, os analistas dizem não ver clareza em relação aos direitos de tag along dos acionistas minoritários e não têm confiança de que as propostas sejam atrativas para os credores da Novonor, o que é crucial para a aprovação de qualquer acordo. Por isso, por enquanto, a recomendação com relação à companhia é “ficar à margem”.