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Casas Bahia (BHIA3) volta a lucrar e dispara mais de 20% na Bolsa

Apesar do resultado, grande parte das corretoras ainda mantém recomendação neutra para os papéis da varejista

Casas Bahia (BHIA3) volta a lucrar e dispara mais de 20% na Bolsa
Logo das Casas Bahia. (Foto: AdobeStock)

As ações da Casas Bahia (BHIA3) registram forte alta nesta quinta-feira (8) e lideram os ganhos da Bolsa de Valores brasileira. Fora do Ibovespa, os papéis sobem 23,65%, cotados a R$ 5,28, às 15h08. Ao longo da sessão, já oscilaram entre máxima a R$ 5,34 e mínima a R$ 4,55. O movimento ocorre após a divulgação do balanço do segundo trimestre da empresa.

No período, a varejista reportou um lucro líquido de R$ 37 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 492 milhões registrado no mesmo intervalo de 2023. Já o Ebitda (lucro antes de juros, depreciação, amortização e impostos) ajustado da companhia foi de R$ 452 milhões, com queda anual de 3,5%, porém com uma margem Ebitda 0,7 ponto percentual maior, em 7%.

A receita líquida da Casas Bahia, por sua vez, caiu 13,5% na comparação com o mesmo período do ano passado e ficou em R$ 6,479 bilhões. “O grupo divulgou resultados fracos, uma vez que a reestruturação continua a prejudicar o crescimento da receita e os resultados financeiros a pressionar o lucro, mas a rentabilidade está melhorando”, destaca a XP Investimentos, em relatório.

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A casa, que tem recomendação neutra para o papel da varejista com preço-alvo de R$ 8, afirma que iniciativas de reestruturação, como a otimização de estoques e mix de produtos, contribuíram para a rentabilidade da empresa e sustentaram a melhora da margem bruta, que ficou em 30,7% neste trimestre, 1,5 ponto percentual superior à registrada no mesmo período de 2023, de 29,2%.

Para a Genial Investimentos, o destaque ficou para os dados de vendas. Apesar da Casas Bahia consolidar uma dinâmica operacionalmente fraca, com uma retração anual de 11,8% no volume total de vendas, a performance no canal de lojas físicas não veio tão ruim quanto o esperado, com o grupo registrando um GMV (volume bruto de mercadorias) de Lojas Físicas de R$ 5,9 bilhões.

“Vale destacar que, dada a maior penetração de serviços e crediário, a margem de contribuição do canal físico acaba sendo maior do que a do digital. Ao recuar menos do que o esperado, isso também faz uma menor pressão sobre as despesas fixas, que ainda não encontram espaço para serem diluídas — mas já é uma realidade mais positiva do que a projetada em nossa prévia”,  reforça a casa, que tem recomendação de venda para a ação, com preço-alvo de R$ 4.

Já a Ágora Investimentos e o Bradesco BBI pontuam que os resultados da Casas Bahia ainda permaneceram sob pressão, especialmente na linha de receita, embora com bastante progresso na margem, aproximando-se dos níveis históricos. Vale lembrar que a empresa anunciou um plano de reestruturação em agosto de 2023, com o objetivo de reduzir estoques que estavam operando com prejuízo.

“Acreditamos que a pressão do plano de transformação sobre os resultados ficou em grande parte para trás e agora a empresa deve entrar em uma fase de encontrar caminhos para aumentar a receita de forma sustentável, sem prejudicar as margens e impulsionar a alavancagem operacional para níveis mais normalizados”, ressaltam os analistas Pedro Pinto, do Bradesco BBI, e Flávia Meireles, da Ágora, em relatório. As casas têm recomendação neutra para o papel, com preço-alvo de R$ 9,00.

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O BTG Pactual também segue neutro em relação à ação da empresa, com o mesmo preço-alvo de R$ 9. O banco acredita que a Casas Bahia reportou “resultados fracos” no segundo trimestre, principalmente devido ao contexto ainda competitivo. “Permanecemos neutros devido ao cenário acirrado, à forte exposição a produtos eletrônicos e eletrodomésticos, aos elevados custos de financiamento e aos desafios na monetização de créditos fiscais, que podem prejudicar sua capacidade de investir no crescimento de suas operações”.