- As ações da Casas Bahia (BHIA3) fecharam em estabilidade nesta quarta-feira (20), em estreia de novo nome e ticker na B3
- As mudanças da marca institucional, aprovadas em Assembleia Geral Extraordinária realizada na última semana, buscam resgatar a força do DNA da empresa e o seu pioneirismo
- Para Lucas Almeida, especialista em mercado de capitais e sócio da AVG Capital, a alteração do nome não afeta em nada o preço do papel
As ações da Casas Bahia (BHIA3) fecharam em estabilidade nesta quarta-feira (20), em estreia de novo nome e ticker na B3. Os papéis, antes negociados como Via (VIIA3), encerraram o pregão cotados a R$ 0,75, após oscilarem entre máxima a R$ 0,81 e mínima a R$ 0,74.
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As mudanças da marca institucional, aprovadas em Assembleia Geral Extraordinária realizada na última semana, “buscam resgatar a força do DNA da empresa e o seu pioneirismo”, conforme informou a varejista. Investidores, no entanto, seguem pessimistas em relação ao papel, após sua oferta subsequente de ações (follow-on) decepcionar o mercado em termos de precificação. A operação movimentou R$ 622,9 milhões, aquém do R$ 1 bilhão esperado.
Para Lucas Almeida, especialista em mercado de capitais e sócio da AVG Capital, a alteração do nome não afeta em nada o preço do papel. “Situação da empresa continua bem ruim. Follow-on a R$ 0,80 por ação foi um ‘fracasso’ e ficou abaixo do esperado mostrando sinais de preocupação dos investidores. A captação pode ser ainda insuficiente para resolver completamente os problemas financeiros da empresa”.
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Para o especialista, embora a oferta de ações tenha proporcionado um respiro, a empresa continua enfrentando um consumo de caixa significativo e precisará de mais capital no futuro. A opinião é compartilhada por Gabriel Costa, analista da Toro Investimentos, que indica como a dificuldade operacional da varejista ainda é grande, depois de sucessivos prejuízos líquidos.
“Os números de Ebtida (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) que a gente viu nos seis primeiros meses do ano indicam que a situação da empresa é de uma alavancagem bem forte. Os recursos provenientes do follow-on vão ser fundamentais para reduzir um pouco dessa alavancagem, mas ainda assim observamos que tem uma estrutura operacional para ser encaixada nos próximos trimestres”, afirma Costa.
Entre as prioridades do plano de recuperação da empresa, está o foco na estabilização da operação, por meio de geração de caixa e rentabilidade para o novo momento. Segundo a varejista, em meio a um cenário de alta de juros, com renda e consumo das famílias sob pressão, o grupo opera com foco em categorias e canais mais rentáveis, redução de custos e despesas.
“O plano operacional apresentado recentemente busca rentabilizar a operação a partir de 2025, mas até lá ainda existe um grande caminho a ser percorrido. Até que as melhoras operacionais sejam sentidas realmente, nós seguimos com recomendação neutra para os papéis, acreditando que no setor de varejo, como um todo, há oportunidades melhores”, destaca Costa, da Toro Investimentos.
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Na última terça-feira (19), as ações da companhia lideraram os ganhos do Ibovespa e fecharam o dia em valorização de 2,74%. A recuperação não foi suficiente, no entanto, para reduzir as perdas que a ação acumula desde o dia 11 de setembro: 36%. Na quinta-feira passada (14), o ativo se tornou uma penny stock, ao encerrar o pregão cotado abaixo de R$ 1. Com isso, corre o risco de sanções se regras específicas da B3 não forem cumpridas.
Pelas normas da Bolsa brasileira, uma empresa não pode permanecer com ações abaixo de R$ 1,00 por mais de 30 pregões consecutivos. Caso isso ocorra, é necessário tomar medidas para que o ativo saia da faixa mínima de cotação por um período de pelo menos seis meses. Confira nesta matéria mais detalhes sobre as chamadas penny stocks.